Amazonas
Segurança Pública: indicadores de violência colocam Manaus entre as piores capitais no Mapa da Desigualdade
As capitais do Norte e do Nordeste ocupam as últimas posições do Mapa da Desigualdade entre as Capitais Brasileiras.
O Mapa da Desigualdade entre as Capitais Brasileiras de 2024, que foi apresentado terça-feira (26/03), em São Paulo, pelo Instituto Cidades Sustentáveis, aponta os graves problemas na Segurança Pública em Manaus. A cidade aparece entre as últimas das 26 capitais brasileiras citadas no ranking, nos principais indicadores de homicídio juvenil, feminicídio, homicídio e mortes no trânsito.
Manaus é a 24ª capital em homicídio juvenil (entre 15 e 29 anos de idade) com índice de 234,91 por 100 mil; a 25ª em taxa de feminicídio, com 6,56 por 100 mil mulheres; a 24ª em taxa de homicídios, com taxa de 55,81 por 100 mil habitantes e a 16ª em mortes no trânsito, com taxa de 11,17 por 100 mil habitantes.
A Segurança Pública, de acordo com a Constituição, é “dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, sob a égide dos valores da cidadania e dos direitos humanos, através dos órgãos instituídos pela União e pelos Estados”.
De acordo com o Mapa, Salvador tem a pior taxa de homicídio de jovens entre 15 e 29 anos de idade entre todas as capitais brasileiras, com 322,5 mortes a cada 100 mil habitantes. No outro extremo aparece São Paulo, onde morrem cerca de 7,76 jovens dessa faixa etária a cada grupo de 100 mil habitantes.
As capitais do Norte e do Nordeste ocupam as últimas posições do Mapa da Desigualdade entre as Capitais Brasileiras. Segundo o estudo, elaborado pela primeira vez pelo ICS (Instituto Cidades Sustentáveis), as duas regiões ocupam as 15 últimas posições do ranking entre as 26 capitais estaduais brasileiras — Brasília não aparece no levantamento.
A primeira colocada da lista é Curitiba (PR), seguida de Florianópolis (SC) e Belo Horizonte (MG). A classificação do ICS é o somatório de pontos a partir dos 40 indicadores sociais analisados. Curitiba liderou com 677 pontos, enquanto Porto Velho (RO), com 373 pontos, ficou na última posição.
A diferença regional é especialmente alta nas medições de renda, saúde e segurança pública. Em indicadores como população abaixo da linha da pobreza, mortalidade infantil e homicídios por 100 mil habitantes, as taxas de capitais do Sul, Sudeste e Centro-Oeste são até dez vezes superiores às do Norte e Nordeste.
Um exemplo de disparidade regional é a taxa de homicídios. Enquanto São Paulo (SP), a mais bem colocada no quesito, teve uma média de 2,03 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2021, a taxa de Macapá (AP), última da lista, foi 29 vezes maior: 62,41 mortes a cada 100 mil habitantes.
Os indicadores do estudo são baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Essa lista, que o Brasil firmou compromisso para combater até 2030, inclui metas como erradicação da pobreza e da fome, redução das desigualdades e busca por paz, justiça e instituições eficazes.
Cidades do Nordeste e do Nordeste são marcadas por pobreza, desemprego e violência. As capitais das duas regiões ocupam as cinco últimas posições do país em indicadores como PIB per capita, recebimento de benefícios sociais, índice de desocupação e taxas de homicídios, especialmente entre a população jovem.
Sul, Sudeste e Centro-Oeste, por outro lado, lideram a maioria dos quesitos. Um exemplo é a população abaixo da linha da pobreza: as menores taxas são Florianópolis (SC), com 1,1%; Curitiba, com 2,3%, e Cuiabá, com 2,7%. Na outra ponta estão Recife (PE), Rio Branco (AC) e Salvador (BA), que têm mais de 10% da população nessa condição.
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