Amazonas
São Paulo é a capital mais sustentável do Brasil, piores estão na Amazônia, diz levantamento
O levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis fez do Brasil o primeiro país do mundo a mapear o nível de engajamento das suas cidades nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
São Caetano do Sul é a cidade mais sustentável do país e São Paulo lidera no quesito entre as capitais brasileiras. As capitais com piores índices de sustentabilidade estão todas localizadas na Amazônia Legal. É o que apontam os dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), ferramenta do Instituto Cidades Sustentáveis.
O levantamento fez do Brasil o primeiro país do mundo a mapear o nível de engajamento das suas cidades nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) — que avaliam, entre outras coisas, educação, saúde, preservação do meio ambiente e combate à violência.
“Selva de pedra” lidera ranking De acordo com o IDSC, não são só São Caetano do Sul e a metrópole paulista que se destacam no estado de São Paulo. Todas as 10 cidades mais sustentáveis do Brasil estão localizadas no estado. Do primeiro ao décimo lugar estão: São Caetano do Sul, Jundiaí, Valinhos Saltinho, Taguaí, Vinhedo, Cerquilho, Sertãozinho, Limeira e Borá.
Como um bom exemplo no ranking, a capital de São Paulo possui quase o total de sua população atendida com abastecimento de água, 99,3%, além de ter um índice maior que a meta estipulada pela ONU para coleta seletiva. Na capital paulista, segundo os dados do IDSC, 79% dos resíduos são coletados de forma seletiva. A educação, contudo, ainda precisa melhorar. O percentual da população analfabeta com 15 anos ou mais é de 3,18% em São Paulo, quase alcançando a meta que é 3%.
Amazônia com piores índices
O mapeamento mostra, também, que a Amazônia Legal reúne 90 das 100 piores cidades classificadas, sendo que 43 dessas cidades estão concentradas no estado do Pará. Se, por um lado, São Paulo se destaca entre os melhores estados, o Pará é o pior ranqueado tendo, inclusive, a pior cidade entre todas do país, Santana do Araguaia.
“A gente percebe que [a Amazônia] necessita de uma ação prioritária de programas e investimentos de modo geral. Essa é uma maneira que podemos melhorar esse território que, hoje em dia, tem o olhar de todo mundo, todos estão preocupados, de alguma maneira, com a Amazônia”, diz Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis.
As piores capitais em desenvolvimento sustentável do país estão na Amazônia Legal, são elas: Macapá (AP), Porto Velho (RO), Belém (PA), São Luís (MA) e Boa Vista (RR), respectivamente. A capital do Amapá é a pior classificada entre todas do Brasil. Entre as questões analisadas referentes ao meio ambiente, estão o abastecimento de água e a coleta seletiva. A meta estipulada pela ONU de população abastecida com água é de 85%, no entanto, no Amapá, só 37,56% das pessoas são atendidas com o serviço.
Além disso, de acordo com o índice, não há coleta seletiva de lixo na cidade. Já tratando-se de educação, o percentual da população analfabeta com 15 anos ou mais é de 6,17%, enquanto a meta da ONU é de, no máximo, 3%. A Amazônia, ainda, não tem nenhuma cidade no nível muito alto ou alto de desenvolvimento sustentável, e apenas 16 cidades no médio. Todo o restante está na classificação baixo e muito baixo.
Melhorar as cidades amazônicas significa investir na redução da pobreza, reduzir a exclusão das pessoas na sociedade, melhorar a qualidade da saúde, da educação, enfrentar as questões de equidade de gênero e feminicídio. Nós temos desafios integrados. Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis. Como melhorar? Edel Moraes luta pelo desenvolvimento sustentável no Pará Imagem: Caroline Torres Para o coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, o governo federal tem um papel fundamental no que diz respeito a melhorar os dados das cidades amazônicas.
“O desenvolvimento sustentável exige um investimento integrado e o caminho para parte do governo federal melhorar os investimentos nessa região e um governo estadual, a partir daí, que privilegie cidades para que elas possam dar melhor qualidade de vida para a população”, diz.
A informação é do UOL.
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