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Amazonas

Proposta de opositor na Assembleia pode comprometer promessa de Wilson Lima de fazer concurso para a Saúde em 2023

Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) propõe a contratação direta, sem concurso, de profissionais para a saúde do Estado.

20.272 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão sendo acompanhadas pelas secretarias municipais de saúde

A proposta do deputado estadual Wilker Barreto – único declarado de oposição – de aprovar na Assembleia Legislativa um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) para contratação direta, sem concurso, de profissionais para a saúde do Estado, ameaça colocar a Assembleia Legislativa, de maioria governista, contra a promessa feita pelo governador Wilson Lima (UB), quando candidato à reeleição, de realizar concurso público.

No dia 18 de outubro de 2022, Dia do Médico, em reunião com profissionais da saúde, em Manaus, o governador disse: “No ano que vem, em 2023, nós vamos realizar concurso público para a área da saúde. Você, que é terceirizado, se prepare, nós vamos fazer concurso público para você regularizar sua situação e ser efetivo no Governo do Estado”.

Organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o último concurso da Susam foi realizado em 2014 e classificou 9.345 candidatos. Mesmo com as convocações, o déficit de profissionais permaneceu.

No ano passado, em junho, a deputada estadual Mayara Pinheiro (Republicanos), que é apoia Wilson Lima, pediu da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES) informações sobre a realização do concurso público. Ela disse que havia oito anos que a SES não realizava contratações de servidores públicos efetivos. E que os profissionais da saúde precisam “de segurança e condições dignas de trabalho, quando isso falta, a população é diretamente afetada”.

À época, o governo estadual informou que a comissão especial para a realização do concurso estava pronta havia dois anos, mas ainda não o executara por conta da pandemia do novo coronavírus. “Estamos entrando no momento pós-Covid 19 e vejo como uma excelente oportunidade para a realização do concurso a fim de renovar o quadro de servidores e apoiar os profissionais que enfrentaram a pandemia. Precisamos ampliar a oferta, mas, para isso, é necessário assegurar estabilidade e condições adequadas aos profissionais da Saúde”, disse a deputada.

Wilker, que já tem o apoio da vice-líder do Governo, a deputada Alessandra Campêlo (PSC), argumenta que o TAG vai combater os salários atrasados dos profissionais terceirizados da saúde e traz economia de recursos aos cofres públicos, pois o Estado passaria apagar apenas o custo do vencimento e mais uma porcentagem em cima desse valor, o que possibilitaria uma redução nas despesas da folha”.

Em contratos assinados em 2019 por técnicos de enfermagem com a SES os contratados podem ser desligados a qualquer momento, bastando que sejam comunicados com 10 dias de antecedência, com direito apenas a 30% do que teriam a receber, sem que tenham quaisquer vínculo empregatício com o Estado. O contrato também diz que “o ajuste não gera qualquer vínculo empregatício” entre as partes.

Em 2020, Wilker Barreto, junto com os então deputados Serafim Corrêa e Dermilson Chagas denunciaram ao Ministério a aprovação do Projeto de Lei nº 717/2019, que trata da contratação de pessoal nos órgãos públicos no setor da Saúde e Educação. Segundo ele, a medida feria os dispostos da Lei de Responsabilidade Fiscal, além da extinção ao chamamento dos concursados da Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc).

Pedido de contatos

O TAG tem o apoio da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Serviço de Saúde do Amazonas (Sindpriv-AM), Graciete Mouzinho, que está pedindo contatos para contratações sem concurso antes mesmo da aprovação pela Assembleia

Comunicação em texto da presidente do Sindpriv, Gracite Coutinho,  em Grupo de WathsApp.

Em comunicado em áudio enviado a um grupo de trabalhadores terceirizados da saúde, ela disse: “Eu preciso levar esses contatos de vocês para eles, segunda-feira”.

Na mensagem, ela informa sobre a possível aprovação do TAG) para a contratação direta, sem concurso, de profissionais da saúde pela SES. “Eles querem o contato, porque eles não vão aceitar que entre ninguém, como eu já tinha falado”, diz Graciete.

A dirigente sindical diz, ainda, que a TAG “já tá pronta” e que será votado após o recesso. “Precisa de todo esse levantamento, do contato de vocês, que eles querem”, afirma.

“O Ministério Público não vai ter como derrubar esse TAG, né, essa Lei. E aí, em seguida, assim que for aprovado na Aleam, eles já vão dizer a data que vocês vão assinar o contrato de vocês. Ele quer de mim isso…Eu sei que já fizemos a escala, que tá ok. Não vão mais pagar para as empresas terceirizadas… no próximo mês já pelo Estado”, diz.

Segundo Graciete, as verbas rescisórias e outras dívidas das empresas que terceirizam mão-de-obra, serão pagas na Justiça, “lá no Tribunal”, com ação do Ministério Público.


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