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Amazonas

Presos suspeitos de matar Bruno Pereira e Dom Phillips são indiciados pelo crime

Foram indiciados Rubén Villar, o “Colômbia”, apontado como mandante do crime e preso por falsidade ideológica em julho de 2022, e o pescador ilegal, Jânio Freitas de Souza.

Rubén Villar, o “Colômbia”, apontado como mandante do crime, foi um dos indiciados. (Foto:Reprodução)

Dois suspeitos, já presos por outros crimes, foram indiciados por envolvimento nas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips. A informação foi revelada nesse domingo (04/06) pelo Fantástico.

O que aconteceu:

Foram indiciados Rubén Villar, o “Colômbia”, apontado como mandante do crime e preso por falsidade ideológica em julho de 2022, e o pescador ilegal, Jânio Freitas de Souza, preso desde agosto do ano passado por associação criminosa para pesca ilegal. Eles vão responder pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver de Dom e Bruno.

Segundo a investigação da Polícia Federal, Rubén Villar e Amarildo da Costa, assassino confesso de Bruno e Dom, ficaram na mesma cela durante um período. A polícia conseguiu gravar uma conversa em que Colômbia pede a Amarildo para ele não contar que partiu dele [Colômbia] o fornecimento da munição usada para cometer os assassinatos.

Colômbia exercia o comando de uma organização criminosa, financiando e operando expedições de pesca ilegal que, depois, era contrabandeada para Peru e Colômbia. Era essa mesma organização que monitorava Bruno e Dom, mostrou a reportagem do Fantástico.

Abaixo de Colômbia na organização criminosa, estavam os dois pescadores ilegais: Amarildo e Jânio, moradores da comunidade de São Rafael, onde Bruno registrou a última foto de Dom, na beira do rio.

De acordo com a polícia, em um ano, houve mais de 400 telefonemas entre os acusados — inclusive na data do crime, nos momentos logo antes e depois da execução. As ligações apontam para um crime premeditado, informou Carlos Palhares, perito da Polícia Federal.

A perícia também concluiu que Bruno e Dom foram mortos pelas costas e não ouviram o som do barco de Amarildo se aproximando por causa do barulho do motor. Os disparos teriam sido disparados a uma distância de cerca de seis metros.

Histórico

O correspondente do jornal britânico The Guardian e o indigenista foram executados em junho de 2022. Eles articulavam um trabalho conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo.

Dom Phillips pretendia, inclusive, publicar um livro sobre as questões que afetam o território e fazia apuração das informações, na época. Na Terra Indígena Vale do Javari, encontram-se 64 aldeias de 26 povos, com cerca de 6,3 mil pessoas.


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