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Amazonas

Presidente da Assembleia do AM autoriza abertura de processo de impeachment do governador e do vice

O governador Wilson Lima afirmou que o momento é inoportuno e que a decisão de abrir um processo de impeachment “não tem fundamento e está contaminada por questões eleitorais”. 

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE), Josué Neto, encaminhou, hoje, o pedido de impeachment, por “crime de responsabilidade”, do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e do vice-governador, Carlos Almeida Filho, apresentado.

O pedido de impedimento foi feito pelos médicos Mário Vianna e Patrícia Sicchar, que presidem o Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), e aponta para  crimes de mau uso de dinheiro público e atos de improbidade administrativa.

Seguindo o rito da Assembleia Legislativa, depois de aceito pelo presidente, o impeachment volta à discussão plenária na próxima terça-feira. A partir de então os deputados vão poder discutir o parecer da procuradoria da Casa e até pedir vistas para analisar o documento.

Depois do período de análise e discussão do impeachment os próprios deputados vão julgar se afastam ou não o governador e o vice-governador.

Entre os fatos narrados no pedido de impeachment estão o colapso no sistema de saúde do Amazonas, com falta de leitos clínicos e de UTI, e o aumento do número de mortes por Covid-19, incluindo três médicos, e o aluguel de imóvel do grupo Nilton Lins por R$ 2,6 milhões.

Os médicos citam o patrocínio de R$ 1 milhão a um programa de TV local, o aumento de até 465% da remuneração de servidores do alto escalão e o pagamento de R$ 736 milhões de dívidas de gestões anteriores em período “absolutamente delicado”.

Os médicos afirmam que  “a atual gestão do Governo do Amazonas se mostrou ser inteiramente inapta a gerenciar e aplicar as verbas públicas de forma devida”.

Ao anunciar abertura de processo de impeachment de Wilson Lima e Carlos Almeida Filho, Josué Neto disse que o Amazonas vive “a maior tragédia humanitária” e, por isso, ele não poderia tomar outra decisão senão a de dar andamento ao pedido de impedimento. ” Quero dizer que no momento em que vivemos, a maior tragédia humanitária no nosso estado, eu não poderia ter outra atitude de quem estiver sentado nessa cadeira se não fosse a minha mais absoluta imparcialidade. E a única forma de demonstrar imparcialidade é não favorecendo e nem desfavorecendo quem quer que seja politicamente”, disse.

O presidente da ALE informou que a decisão de afastar o governador e o vice-governador não cabe a ele, mas aos 24 deputados. “A decisão sobre algo tão grave como o afastamento ou não do governador e do vice-governador não é uma decisão que pode caber a uma pessoa – no caso, a mim -, mas cabe a toda esta Casa e, em última instância a sociedade do Amazonas”, disse.

Governador

O governador Wilson Lima afirmou que o momento é inoportuno e que a decisão de abrir um processo de impeachment “não tem fundamento e está contaminada por questões eleitorais”.

“Uma decisão solitária do presidente da Assembleia que não contribui em nada para vencermos essa guerra de todos os amazonenses contra a pandemia”, disse.

Wilson Lima ressaltou que respeita o debate político na ALE , mas reitera que “este não é o momento para discussão de uma pauta que está distante dos reais problemas do Amazonas e da população que mais precisa da ação do Estado em todas as suas esferas”.

 


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