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Amazonas

Polícia prende, em São Paulo, quarto suspeito da morte de Bruno Pereira e Dom Phillips

Gabriel Pereira Dantas se apresentou à polícia de São Paulo e admitiu participação no crime envolvendo o indigenista e o jornalista.

Gabriel Pereira Dantas, preso em SP, admite participação nas mortes de Bruno e Dom. (Foto: Divulgação/Policia Civil)

Um dos suspeitos de participação no assassinato do indigenista Bruno Pereira, 41, e do jornalista britânico Dom Phillips, 57, no Amazonas, entregou-se à polícia de São Paulo nesta quinta-feira (23). Trata-se de Gabriel Pereira Dantas, que se apresentou à Polícia Militar, foi levado ao 2º Distrito Policial da cidade e acabou preso em seguida.

Segundo a polícia, ele admitiu participação no crime. Em seguida, gravou vídeo no qual aponta o seu papel em 5 de junho, data em que Bruno e Dom foram assassinados.

Ele diz que apenas ajudou a pilotar o barco dos criminosos —Dantas nega que tenha atuado diretamente tanto nos tiros contra Bruno e Dom como na ocultação dos corpos na mata. “Eu só fiz tirar [os dois corpos do barco], eu fiquei no desespero.”

Dantas agora encaminhado para a guarda da Polícia Federal, responsável pela apuração do caso, ao lado da polícia do Amazonas.

O crime jogou pressão sobre o governo Jair Bolsonaro (PL) por evidenciar o cenário de conflito ambiental na Amazônia e de insegurança de lideranças que atuam na defesa de indígenas.

Até o momento, quatro pessoas pessoas foram presas por envolvimento no duplo homicídio. Três confessaram participação: além de Dantas, Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha).

O quarto suspeito de envolvimento direto nas mortes, Oseney Oliveira (o Dos Santos), nega. Apesar disso, investigadores dizem que uma testemunha o colocou na cena do crime.

Além deles, outras quatro pessoas já foram identificadas. De acordo com os investigadores, elas auxiliaram na ocultação dos cadávares.

O avanço das buscas levou a uma confissão de Pelado na noite do dia 14, segundo informação divulgada pela PF. Pelado, então, foi levado ao local das buscas no dia 15 para identificação da localização da vala onde os corpos foram enterrados.

Na noite do mesmo dia, os corpos foram transportados até o porto de Atalaia do Norte (AM), a cidade mais próxima do local do crime. De lá, os remanescentes foram transportados para perícia em Brasília.

O assassinato de Pereira e Phillips envolveu um grupo de pescadores ilegais, que atuam principalmente com pesca do pirarucu, segundo indícios coletados nas investigações.

O indigenista era um dos responsáveis pelo serviço de vigilância indígena implementado pela Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari).

Esses vigilantes apontavam diariamente a presença de invasores na terra indígena e nas imediações. Foram esses mesmos indígenas que empreenderam as buscas pelos corpos de Pereira e Phillips.

Nesta quarta-feira, a Polícia Federal informou que concluiu a perícia de genética forense e que os corpos do indigenista e do jornalista serão liberados para as famílias nesta quinta-feira (23).

“A Polícia Federal comunica que os corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira serão entregues às famílias amanhã, dia 23 de junho, com previsão de decolagem do aeroporto de Brasília às 14h”, disse a corporação, em nota.

Ainda de acordo com a PF, as amostras biológicas identificaram “dois perfis genéticos distintos” e os resultados apontaram se tratar “dos remanescentes de Dom Phillips e Bruno Pereira”.

“Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso.”

Pereira e Phillips foram mortos em região próxima à terra indígena do Vale do Javari, no estado do Amazonas.

A informação é da Folha de São Paulo.


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