Amazonas
Polícia diz que roubo de carros no Rio financiava compra de drogas vindas do Amazonas
A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro contou com o apoio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), do Amazonas.
Em operação que mirava a estrutura criminosa do tráfico do Rio, que comercializa drogas traficadas pelo Rio Solimões, no Amazonas, a polícia prendeu no Morro dos Prazeres o traficante Juan Roberto Figueira da Silva, conhecido como Cocão, nesta terça-feira. Segundo o delegado Gustavo Ribeiro, diretor do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio, Cocão é um “dos maiores responsáveis” pelo roubo de veículos na sua área de atuação. Com os carros, que eram clonados e vendidos em seguida, o grupo criminoso obtinha recursos para a compra de entorpecentes, que entrava no país pela fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru.
— A prisão dele, além de quebrar a cadeia financeira, da compra de drogas vendendo veículos roubados e clonados, vai impactar nossos índices (de roubo de carros) no próximo trimestre — afirmou Gustavo Ribeiro.
Cocão, apontado como chefe do tráfico local e responsável pelo roubo de veículos na região da Tijuca, ainda tentou se esconder atrás de uma caixa d’água, mas foi detido pelos agentes. Levado inicialmente para a 21ª DP (Bonsucesso), ele foi encaminhado à Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, no fim da manhã desta terça-feira.
No primeiro trimestre de 2024, o roubo de veículos teve aumento de 10,5%, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP). Nesta semana, o Detran-RJ anunciou que os ferros-velhos precisarão etiquetar e cadastrar peças de automóveis no sistema do órgão, para “fechar o cerco” contra os meios de enriquecimento de criminosos, conforme pontuado pelo governador Cláudio Castro na ocasião.
Ao todo, 113 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, nos estados do Amazonas, Minas Gerais, Pará e Rio, em operação da Polícia Civil do Rio, com apoio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), do Amazonas. A investigação, que durou seis meses, contou ainda com a participação da Subsecretaria de Inteligência e do Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), do governo federal, para chegar à chamada “contramão” da rota: se, fisicamente, ela saía do Norte do país em direção ao Sudeste, seus lucros voltavam por meio do sistema financeiro legal, através de laranjas.
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