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Amazonas

Pandemia: restrições impostas pela Justiça reduziram casos e mortes por Covid-19 no Amazonas

Após recuo do governador Wilson Lima, no dia 2 de janeiro o juiz Leoney Figliuolo Harraquian determinou a suspensão total das atividades consideradas não-essenciais.

Comércios fechados em Manaus durante a pandemia

As restrições a circulação de pessoas se mostraram eficazes na redução do número de infecções e de mortes por Covid-19 no Amazonas e, principalmente, em Manaus, onde houve queda nos internamentos que desafogaram o sistema de saúde local. É o que mostram os dados mais recentes no estado – onde a segunda onda do coronavírus chegou antes do resto do país e onde houve fechamento total ou parcial das atividades, por determinação judicial.

Semanas depois da adoção das medidas restritivas, determinadas pelo juiz Leoney Figliuolo Harraquian, houve redução drástica nos números da pandemia. No dia 23 de janeiro,
Amazonas teve a maior taxa de transmissão da Covid-19 do Brasil. Agora tem uma das menores, de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS). Manaus teve colapso no sistema de saúde e pacientes morreram por falta de oxigênio.

Em janeiro, foi constatado um aumento de 135% no número de casos de Covid-19, saindo da média móvel diária abaixo de 500 por dia, na primeira quinzena de dezembro de 2020, para mais de 2 mil, em janeiro,com recorde de mais de 5 mil em um único dia.

No dia 2 de janeiro o juiz determinou a suspensão total das atividades consideradas não-essenciais pelo prazo de 15 dias, que foram sendo prorrogadas pelas autoridades.

Em dezembro, o governador Wilson Lima (PSC) já havia tentado implantar medidas de restrição no comércio, sem sucesso. Ele cedeu a protestos de empresários e trabalhadores contra o fechamento das lojas, que não queriam perder as vendas de fim de ano e recuou, liberando o funcionamento das atividades não essenciais, com exceção de algumas restrições de horário.

A decisão do juiz Leoney Figliuolo Harraquian autorizou o uso de força policial para “preservar a ordem pública”. A multa diária ao governador, em caso de não cumprimento das medidas foi fixado em R$ 50 mil.

As câmaras frigoríficas, usadas para armazenar os corpos de mortos durante o primeiro pico da doença , voltaram a ser instaladas em hospitais. A prefeitura preparou novas áreas em cemitérios para enterrar as vítimas da doença. A média de enterros diários na cidade chegou a quase 100.

As UTIs de Manaus ficaram lotadas. Pacientes tiveram que ser transferidos de avião para outras cidades do Brasil e doentes morreram asfixiados nos leitos dos hospitais por falta de oxigênio.

Depois, o governo do Amazonas implantou medidas duras de restrição em todo o estado, no dia 25 de janeiro, proibindo o funcionamento do atividades não essenciais e limitando a circulação de pessoas durante sete dias. Era permitida apenas a saída de pessoas de casa para aquisição de produtos essenciais e limitada a uma pessoa por família. Durante o período, os serviços de delivery só foram liberados entre 6h e 22h para serviços essenciais, como alimentos.

Após uma semana, a taxa de transmissão da Covid-19 no Amazonas, que chegou a 1,3, caiu para 0,87. Quando a taxa de transmissão é maior que 1, a circulação do vírus está em alta. Quando é menor, a transmissão está em queda.


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