Amazonas
Órgãos pedem ao TCE afastamento de secretários suspeitos de furarem a fila da vacina em Manaus
Representações alegam que as condutas dos gestores municipais violaram os princípios do Plano Nacional de Imunização (PIN).
Os Ministérios Públicos de Contas MPC), do Estado (MP-AM) e as Defensorias Públicas do Amazonas (DPE) e da União (DPU) representaram junto ao Tribunal de Contas do Estado (CE) pleiteando o afastamento de cargo pelo período de 60 dias secretário de Limpeza Pública, da secretária de Saúde, Shadia Fraxe, e do subsecretário de Saúde, Luis Claudio de Lima Cruz , pelo prazo razoável de 60 dias.
As representações foram admitidas pelo presidente do TCE, Mário de Melo, e encaminhadas aos relatores, nesta quarta-feira, em despachos publicados no Diário Oficial do órgão: o auditor Alípio Reis Firmo Filho, no caso de Sebastião Reis, e ao conselheiro Júlio Pinheiro, no caso de Shadia Fraxe e Luis Cruz. Os três são suspeitos de terem furado a fila da vacina contra a Covid-19.
As representações tê m o objetivo de apurar e definir as responsabilidades de agentes públicos pela falta de transparência e de impessoalidade administrativa na execução da campanha nacional de imunização da Covid-19 no âmbito do município de Manaus a partir do dia 19 de janeiro.
Segundo os órgãos de controle, “há evidências de obscuridade, improbidade e desvios na seleção dos vacinados e na composição das respectivas listas de vacinação, em detrimento das prioridades ditadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), com várias pessoas beneficiárias sem função no serviço de saúde e atendimento direto aos doentes na linha de frente, denominados como “outros”, bem como CPFs inválidos.
Segundo as denúncias, a lista deixa patente “falta grave dos gestores municipais, pois resta evidente a não observância do critério de prioridade aplicável ao grupo de profissionais de saúde, fundado na vulnerabilidade e exposição a maior risco na assistência aos doentes Covid-19, em desfavor daqueles que lidam direta e permanentemente com pacientes graves nos hospitais, na forma determinada pelo Ministério da Saúde, no PNI e seu plano operacional, comunicados por intermédio do Ofício Circular n. 10/2021/SE/GAB/SE/MS, de 19 de janeiro de 2021, dirigido pelo Secretário Executivo do Ministério da Saúde aos Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde”.
Os órgãos afirmam que o plano de vacinação, definidor dos grupos prioritários, longe de ser mera formalidade, é pressuposto no caso concreto de observância aos princípios constitucionais, especialmente aqueles a que a administração pública está obrigada a seguir, como o dever de isonomia e impessoalidade no trato dos administrados . E que “a conduta dos gestores violou patentemente esses princípios”.
Para os afastamentos, eles alegam a necessidade de prevenir a reiteração e continuidade delitivas assim como de promover efeito dissuasório e evitar interferência dos envolvidos, enquanto secretários municipais, nas atividades apuratórias em curso, sobre os vários desvios de finalidade identificados. “Os dirigentes da Semsa têm poder total de ingerência sobre a execução da campanha de vacinação, que é realizada por setor interno e seus subordinados”, diz a representação.
“Quanto ao titular da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) , trata-se de personalidade com grande ascendência sobre a Administração Municipal, em virtude de liderança política junto ao novel prefeito, registrando-se denúncias de interferência na designação de dirigentes de unidades de saúde”, afirmam os órgãos de controle.
Veja os Despachos.
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