Amazonas
MPT registra 3 assédios eleitorais no Amazonas, no 2º turno; no Brasil já são 2.360 denúncias
Minas Gerais, estado considerado chave pela campanha dos dois candidatos à Presidência, lidera o ranking nacional com 549 denúncias.
Na véspera do segundo turno das eleições, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 3 denúncias de assédio eleitoral no Amazonas, envolvendo empresas e gestores públicos. A informação é da Folha de São Paulo.
Segundo a reportagem, o número de denúncias de assédio eleitoral chegou a 2.360, contra 1.808 empresas e gestores públicos, em todo o Brasil. Segundo balanço divulgado neste sábado (29) pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), são 934 casos no Sudeste, 690 no Sul, 413 no Nordeste, 198 no Centro-Oeste e 125 no Norte.
Minas Gerais —estado considerado chave pela campanha dos dois candidatos à Presidência— lidera o ranking nacional com 549 denúncias, o que equivale a 23% do total do país. O estado é seguido por Paraná (258), São Paulo (244), Rio Grande do Sul (218) e Santa Catarina (214).
No Espírito Santo, a Justiça do Trabalho obrigou uma fábrica de sorvetes a publicar uma nota de retratação depois que o senador eleito Magno Malta (PL-ES) foi ao local e fez uma enquete com os funcionários sobre o candidato deles a presidente. O vídeo foi publicado em uma rede social do político com o título “Fechados com Bolsonaro”.
“Eu só quero saber o seguinte. Eu vou contar até 3: 1, 2, 3. Quem vota em Bolsonaro?”, pergunta Malta aos trabalhadores na gravação endereçada ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo levanta a mão e repete o slogan do mandatário. A reportagem procurou a assessoria de imprensa do senador eleito neste sábado, mas não houve retorno até a publicação do texto.
Segundo pesquisa Datafolha, de cada 100 eleitores que estão trabalhando, 4 dizem ter sofrido pressão de seu empregador para votarem em um candidato nas eleições. No entanto, menos de 1% dos entrevistados que passaram por isso disseram ter denunciado o ocorrido.
O levantamento aponta que o assédio eleitoral foi mais frequente entre assalariados sem registro (7% deles foram alvo) e entre funcionários públicos (5%). Entre os assalariados com registro, foi de 4%.
Em Minas Gerais, como mostrou a Folha, prefeitos que apoiam Bolsonaro têm pressionado secretários e funcionários públicos, proibido manifestações políticas a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e participado de eventos em empresas.
A Justiça do Trabalho estará de plantão neste domingo (30) para tentar coibir episódios de assédio. Uma das preocupações é com empregadores que impeçam empregados de deixar o trabalho para votar —os empresários devem garantir que seus funcionários consigam participar do pleito, sem exigir compensação de horas antes ou depois.
“O pior que pode acontecer é chegar no dia da eleição e ter uma empresa impedindo os trabalhadores de votar com escalas que os impeçam de sair do local. Nós temos que estar minimamente preparados para receber essa informação e buscar a solução imediata porque só temos entre 8h e 17h”, disse o procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, à Folha na sexta (28).
“Por isso que eu determinei a abertura de todas as nossas unidades em todo o país. Também conversei com o ministro presidente [do TST], Lelio Bentes, que prontamente já determinou os plantões na Justiça do Trabalho”, complementou.
Os relatos que vieram à tona mostraram patrões chantageando funcionários a votar em Bolsonaro com promessas de pernil, folga, bônus de R$ 200, 14º e 15º salário ou ameaçando trabalhadores de demissão caso Lula seja eleito.
Embora não tenha sido divulgado nenhum levantamento sobre que candidato seria mais beneficiado com as práticas ilegais, a maioria dos relatos que vieram a público são de empresários e prefeitos que apoiam a reeleição do atual presidente.
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