Conecte-se conosco

Amazonas

Ministério Público investiga injúria racial atribuída a cantor contra a população de Benjamin Constant

O post, divulgado inicialmente no perfil oficial da equipe e posteriormente repostado pelo artista no Instagram dizia “Ir ali ver uns índios”.

ministerio-publico-investiga-i

Em Benjamin Constant, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou inquérito civil para apurar uma publicação racista atribuída à equipe do cantor Netto Brito.

O post, divulgado inicialmente no perfil oficial da equipe e posteriormente repostado pelo artista no Instagram (cujo perfil é seguido por mais de 500 mil usuários), teria utilizado uma expressão depreciativa — “Ir ali ver uns índios” — para se referir à população local.

Netto Brito se apresentou durante a programação de aniversário da cidade, em show realizado na madrugada desta quinta-feira (30/01), motivo pelo qual a promotoria requisitou à Prefeitura de Benjamin Constant uma cópia do contrato firmado com o artista e informações sobre eventuais penalidades aplicáveis.

A denúncia foi encaminhada à promotoria de Justiça do município, que determinou a abertura da investigação. O promotor de Justiça Alison Almeida Santos Buchacher destacou a gravidade do caso e a necessidade de uma resposta rigorosa.

“Os fatos chegaram ao conhecimento da promotoria de Justiça na última quarta-feira (29/01) e, no mesmo dia, foi instaurado o procedimento investigatório, objetivando apurar o ocorrido e, eventualmente, responsabilizar os infratores na esfera cível. Quanto aos aspectos criminais da conduta, os indícios apontam que o fato não teria sido perpetrado em Benjamin Constant, o que afasta, em princípio, a atribuição deste órgão para atuar no caso. Porém, isso não impedirá que providências sejam adotadas no sentido de provocar a atuação dos órgãos competentes. Fatos graves como esses, que ofendem não só a população de Benjamin Constant, mas o povo amazonense como um todo, precisam de uma resposta rápida e rigorosa do Estado”, argumentou o promotor.

A conduta pode configurar crime, previsto no artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, além de ensejar pedido de indenização por dano moral coletivo. Caso a prática de injúria racial seja confirmada, tanto Netto Brito quanto sua equipe podem ser responsabilizados nas esferas cível e criminal.

Pedido de desculpas

Ainda na quarta-feira, antes do show, o cantor e sua equipe postaram, via Instagram, um pedido de desculpas. “Reafirmamos que Netto Brito e toda a sua equipe repudiam qualquer forma de preconceito ou xenofobia. Temos enorme respeito e admiração pelo Amazonas, sua cultura e seu povo”, diz um trecho da publicação.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 × 3 =