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Amazonas

Média de horas trabalhadas por semana no Amazonas foi de 37,2, em 2022, aponta PNAD do IBGE

Três em cada quatro trabalhadores atuam 40 horas por semana ou mais no país.

Foto: Marcello Casal

No Amazonas, foi de 37,2 a média de horas trabalhadas por semana, abaixo da média nacional de 39,2 horas, segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio) Anual referente a 2022, a mais atual com esse tipo de dado divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

media-de-horas-trabalhadas-porNo Brasil, aproximadamente 75% dos trabalhadores têm uma carga semanal de 40 horas de atuação ou mais, segundo dados da PNAD.. Quase um terço (32,6%) trabalha mais do que 44 horas semanais, carga máxima definida pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). As informações são do UOL.

Para entender essa dinâmica, e em meio ao debate sobre a redução da jornada, por causa da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da deputada Erica Hilton (PSOL-SP), que prevê o fim da escala 6×1, o UOL consultou a economista Lúcia Garcia, especializada em mercado de trabalho e pesquisadora do Dieese.

Segundo Lúcia, a explicação para esse elevado percentual de trabalhadores acima da média da carga horária se deve à desigualdade laboral. “A média não reflete a distribuição de jornada”, diz.

A especialista chama atenção para os dados da PNAD que apontam a quantidade de trabalhadores que atuam por mais de 44 horas.

Existe muito o peso de segmentos que têm jornada menores, como os trabalhadores da educação, do setor de serviços e da administração pública. Mas temos, ao mesmo tempo, outros com jornadas muito elevadas, como no comércio.
Lúcia Garcia

Ela afirma que o Brasil faz parte de um grupo de países com cargas de trabalho consideradas altas, em comparação ao padrão mundial (veja aqui a média dos países do G20).

“Temos, no cenário internacional, países com médias bem inferiores, com destaque para a Alemanha, com 34 horas semanais; e a França, que gira em torno de 35. O trabalhador brasileiro trabalha muito”, afirma.

Na PNAD trimestral, entre abril e junho de 2024, o IBGE traz algumas outras estratificações complementares e mais recentes. Segundo o levantamento, a média de carga horária varia bastante quando comparados sexos e estados, por exemplo.

Por raça:

Branca – 39,8 horas semanais
Preta – 39,2 horas semanais
Parda – 38,7 horas semanais
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Por sexo:

Homens – 41 horas semanais
Mulheres – 36,9 horas semanais

Por idade:

14 a 17 anos – 27,5 horas semanais
18 a 24 anos – 38,5 horas semanais
25 – 39 anos – 40,2 horas semanais
40 – 59 anos – 39,6 horas semanais
60 anos ou mais – 36,3 horas semanais

Por escolaridade:

Sem instrução – 36,5 horas semanais
Ensino fundamental incompleto – 37,7 horas semanais
Ensino fundamental completo – 39,1 horas semanais
Ensino médio incompleto – 38,7 horas semanais
Ensino médio completo – 40,3 horas semanais
Ensino superior incompleto – 38, 6 horas semanais
Ensino superior completo – 39,2 horas semanais

Lúcia Garcia diz que, além das desigualdades em termos de horas trabalhadas, há também diferenças em relação ao rendimento. No Norte e no Nordeste, por exemplo, trabalha-se e ganha-se menos, em comparação às demais regiões.

“Isso quer dizer que o trabalhador, para poder ter um ganho maior, estende a sua jornada de trabalho. É uma exploração absoluta, porque as jornadas já são muito longas”, afirma.

Segundo ela, há espaço para se reduzir jornadas no país sem diminuir salários. Dessa forma, seria possível abrandar as desigualdades. “Sabemos que há, no Brasil, um grande potencial. Houve elevação da riqueza nacional, mas, ao mesmo tempo, a renda não se eleva e a jornada se estende. Então, há espaço para se chegar a um termo razoável, que permita manter salários e reduzir jornada”, diz.


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