Amazonas
Manaus: Janeiro tem recorde de mortes em quase 20 anos
Mês passado, cartórios de Manaus registraram 3.529 óbitos. Até então, o maior número de mortes, ocorreu em 2020, no mês de abril, com 2.656
Os cartórios de Manaus registraram no mês de janeiro de 2021 o total de 3.529 óbitos. De acordo com a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg-AM), o dado representa o maior número de mortes em um único mês durante os últimos 19 anos, o que corresponde a um aumento de 214,81% se comparado com o mesmo período do ano de 2020. Só por Covid-19, 1.625 pessoas morreram no mês passado.
Apenas a doença causada pelo novo coronavírus, e que foi responsável pelo colapso da saúde no estado amazonense, corresponde a 46,05% do total de óbitos apontados pela Associação dos Notários e Registrados durante os 31 dias de 2021, em Manaus.
Em abril de 2020, classificado como o segundo mês com a maior quantidade de mortes dos últimos anos e o ápice da pandemia do novo coronavírus no estado, a Anoreg-AM contabilizou 2.656 falecimentos em Manaus. Ou seja, 873 passamentos a menos que em janeiro de 2021.
Ao Portal 18 Horas da Rádio Mix FM, a associação informou que o dia 19 foi considerado a data com a maior quantidade de óbitos contabilizados pelos cartórios em janeiro deste ano, com um total de 227 registros. A menor quantidade de falecimentos no mês passado ocorreu nos dias 01, 03, 17, e 31, com um total de 18 mortes/dia.
O terceiro mês classificado com a maior quantidade de óbitos registrados em Manaus em quase 20 anos foi o mês de maio de 2020, com 2.229 falecimentos.
Mais dados
Em janeiro de 2020, os registradores e notórios contabilizaram 1.121 passamentos, portanto 2.408 mortes a menos que os registrados nos primeiros 31 dias de 2021.
O mês de janeiro com o menor número de óbitos se deu no ano de 2004, cujo o total foi de 585 fenecimentos.
Fora do padrão
Ao UOL, no mês passado, a sanitarista e vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileiro de Saúde Coletiva), Bernadete Peres, informou que os números de 2021 no Amazonas fogem até mesmo ao padrão inicial da Covid-19 e são reflexo direto de uma “inadmissível desassistência, falta de oxigênio e ausência de respostas para o controle da transmissão viral”.
“Causa tristeza e indignação ver esses dados. É uma situação assustadora para o caso de doença evitável. A carga de adoecimento e morte é inaceitável e reflete o descaso, descompromisso e omissão com a vida das pessoas. A resposta precisa ser articulada em diversas dimensões: clínica, epidemiológica, econômica, social, biomolecular, política, de comunicação social etc.”, avalia.
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