Amazonas
Manaus está entre as últimas capitais em ranking de esquema completo de vacinação contra Covid-19, informa jornal
A Secretaria Municipal de Saúde de Manaus informou que registra, até às 10h desta quinta-feira (09/12), 1.372.059 pessoas com o esquema vacinal completo, o que equivale a 76,83 %.
De acordo com levantamento do jornal Folha de S. Paulo, publicado nesta quinta-feira, apenas 9 das 27 capitais brasileiras atingiram ou ultrapassaram a marca de 70% da população total vacinada om o esquema completo contra a Covid-19 (duas doses ou dose única). São elas as quatro da região Sudeste (Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), as três da região Sul (Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre), além de Fortaleza e Belém, únicas representantes das regiões Nordeste e Norte, respectivamente.
Já Manaus, que viveu a pior crise de saúde entre todas as cidades brasileiras, com falta de oxigênio em hospitais, é a 20ª colocada, com 59,7%. A capital amazonense chegou a receber doses extras no início da campanha.
O levantamento foi realizado pela Folha a partir dos registros de vacinação nos sistemas oficiais do Ministério da Saúde e das estimativas populacionais mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados de vacinas são da última sexta-feira (3), mas há uma pequena divergência nos números do sistema do ministério em relação ao que informam as prefeituras, causada por atrasos em notificações. Em geral, as diferenças são pouco expressivas e não chegam a alterar a ordem do ranking.
Semsa
A Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que considera, para cálculos de cobertura de vacinação contra a Covid-19, o total estimado de pessoas aptas a receberem a imunização – aquelas de 12 anos e mais – que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são 1.785.793 pessoas. Com base nesse quantitativo.
Segundo a Semsa, Manaus registra, até às 10h desta quinta-feira, 9/12, 1.372.059 pessoas com o esquema vacinal completo (duas doses e dose – até então única – da Janssen, o que equivale a 76,83 %.
“Pelo que pudemos observar, a reportagem considera a população total estimada pelo IBGE para Manaus, que é de 2.219.580. Nesse caso, o Sistema Municipal de Vacinação (SMV) aponta que o percentual de pessoas com o esquema vacinal completo é de 61,82 % “, diz a nota da Semsa.
No caso de Fortaleza, a primeira colocada, contudo, a divergência chama a atenção. Por provável erro nos dados do ministério, a capital cearense aparece com o que seria equivalente a 134,8% da população vacinada. Segundo os números da prefeitura, porém, foram imunizados 85,8% dos moradores —o que ainda deixa a cidade no topo, dentre as 27 capitais.
Em segundo lugar está Vitória (82,5% da população com as duas doses ou dose única, de acordo com o Ministério da Saúde), seguida de Florianópolis (77,9%) e São Paulo (75,6%).
Embora o ritmo de aplicação tenha aumentado de forma acelerada a partir do meio do ano, a cobertura plena ainda não alcançou sequer os 60% em oito capitais, seis delas na região Norte: Manaus, Goiânia, Maceió, Palmas, Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista e Macapá. Esta última, na lanterna do ranking, imunizou apenas 31,4% dos habitantes.
Mesmo se levado em conta o atraso na digitalização dos registros, o índice ainda não passaria dos 36,4%, de acordo com o painel da Secretaria Estadual de Saúde do Amapá na tarde desta terça (7).
Boa Vista, segunda mais lenta na corrida pela vacina, tem 45,6% dos moradores com o primeiro ciclo completo.
Especialistas consultados pela reportagem avaliam esses números com alguma preocupação, especialmente diante das incertezas sobre a nova variante ômicron do coronavírus e a chegada do verão.
“O Brasil, de forma geral, tem feito um bom papel. Saímos lá atrás, mas fomos avançando. Porém, na hora que você coloca uma lupa como essa, vê que há diferenças regionais importantes e que ainda estamos longe do ideal, que seria chegar aos 80% até o fim do ano”, resume Rosana Richtmann, coordenadora do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Ao menos 24 capitais brasileiras não terão festa de Réveillon neste ano em decorrência do avanço da variante ômicron e da quarta onda da Covid na Europa.
“Chama atenção o fato de que algumas dessas capitais com coberturas muito baixas, com menos de 50%, estão em regiões de fronteira, e fronteiras complicadas do ponto de vista da imigração. Esperávamos já ter pelo menos 70% da população vacinada em todos os lugares a essa altura. E tudo indica que precisaremos mais do que isso, sobretudo por conta da emergência de novas variantes”, observa Alexandre Schwarzbold, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O adiamento do Censo —que deveria ter sido realizado no ano passado e foi remarcado para 2022— compromete a análise mais aprofundada dos dados da vacinação em nível municipal. Além da menor precisão, as projeções populacionais mais recentes do IBGE e do SUS (Sistema Único de Saúde) são divulgadas sem o detalhamento das idades.
Ainda assim, se considerada apenas a vacinação entre os maiores de 18 anos, a proteção contra a Covid também está atrasada nas capitais brasileiras. A meta anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, era imunizar toda a população adulta com o ciclo vacinal completo até outubro.
Até o fim de novembro, no entanto, ainda segundo os registros do ministério, apenas sete capitais já haviam atingido a cobertura total da população com 18 anos ou mais com uma dose (Fortaleza, Vitória, Florianópolis, João Pessoa, São Paulo, Recife e Belo Horizonte), e Vitória era a única com a totalidade alcançada também na aplicação do primeiro ciclo completo (duas doses ou dose única).
Nove capitais ainda não haviam alcançado os 90% da população adulta vacinada com ao menos uma dose (Maceió, Brasília, Palmas, Goiânia, Porto Velho, Boa Vista, Salvador, Rio Branco e Macapá).
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