Amazonas
Mais ricos do Amazonas tiveram 122% de aumento de renda entre 2017 e 2022; o 2º maior do Pais, diz FGV
No mesmo período, a renda dos 0,01% mais ricos no Brasil cresceu três vezes mais rápido do que a média nacional, resultando em uma concentração de riqueza sem precedentes.
Estudo divulgado pela Fundação Getulio Vargas no último dia 16 aponta que os 0,01% mais abastados do Amazonas, 171 pessoas, aumentaram em 122% sua renda, em cinco anos, entre 2017 e 2022, passando para R$ 2.103.129,00. O Estado é o segundo com maior variação na renda dos mais ricos. Já a renda média no Brasil é de R$ 3,6 mil por mês.
No mesmo período, a renda dos 0,01% mais ricos no Brasil cresceu três vezes mais rápido do que a média nacional, resultando em uma concentração de riqueza sem precedentes.
O estudo, feito com base no Imposto de Renda (declarados entre 2017 e 2022), mostra que os mais ricos estão concentrando cada vez mais renda no Brasil.
Depois do Mato Grosso do Sul, as maiores taxas médias de expansão na renda do 0,01% mais rico foram verificadas em Amazonas (122% acima da inflação), Mato Grosso (115%) e Rondônia (106%).
Entre as evidências mais importantes da análise, destaca-se no período recente o crescimento da renda dos muito ricos a um ritmo duas a três vezes maior do que a média registrada por 95% dos brasileiros.
“O que, ao que tudo indica, a confirmar-se por estudos complementares, elevou o nível de concentração de renda no topo da pirâmide para um novo recorde histórico, depois de uma década de relativa estabilidade da desigualdade”, diz a pesquisa.
O levantamento divide os estratos em o milésimo (0,1%) mais rico, o 1% mais rico, os 5% mais ricos e os 95% restantes da população adulta (com 18 anos ou mais de idade). “E o que se vê é que, além dos mais ricos terem, em média, maior crescimento de renda do que a base da pirâmide, a performance é tanto maior quanto maior é o nível de riqueza”, conclui o IBRE/FGV.
Ou seja, enquanto a maioria da população adulta teve um crescimento nominal médio de 33% em sua renda no período de cinco anos, marcado pela pandemia, a variação registrada pelos mais ricos foi de 51%, 67% e 87% nos estratos mais seletos. Entre os 15 mil milionários que compõe o 0,01% mais rico, o crescimento foi ainda maior: 96%.
Como resultado disso, a proporção do bolo apropriada pelos 1% mais rico da sociedade brasileira cresceu de 20,4% para 23,7% entre 2017 e 2022, mais de quatro quintos dessa concentração adicional de renda foi absorvida pelo milésimo mais rico, constituído por 153 mil adultos com renda média mensal de R$ 441 mil em 2022.
Os resultados da análise servem de alerta sobre o processo de reconcentração de renda no Brasil e sobre os vetores que mais contribuem para isso: os rendimentos isentos ou subtributados que se destacam como fonte de remuneração principal entre os super ricos.
“Em resumo, ainda é cedo para avaliar se o aumento da concentração de renda no topo é fenômeno estrutural ou conjuntural, mas as evidências reunidas reforçam a necessidade de revisão das isenções tributárias atualmente concedidas pela legislação e que beneficiam especialmente os mais ricos”, finaliza Ibre/FGV.
O estado em que a elite teve o pior desempenho foi o Ceará (20% em termos nominais ou -9% em valores reais), seguido por Pará (4%) e Rio de Janeiro (12%).
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