Amazonas
Justiça mantém prisão de delegado do AM que foi alvo de operação da Polícia Federal
Delegado Adriano Félix teve a prisão homologada pela Justiça do Amazonas após audiência de custódia na quinta-feira (22).

O delegado da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) Adriano Félix, teve a prisão mantida após audiência de custódia no Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), segundo informou o órgão nesta sexta-feira (23). A autoridade policial foi alvo da Operação Jeremias 22:17, da Polícia Federal(PF), que investiga o sequestro e a tortura de um homem no município de Caracaraí, em Roraima.
A investigação aponta que os policiais do Amazonas, durante a apuração de um suposto roubo de cassiterita, teriam sequestrado e torturado um suspeito para que ele revelasse o destino de uma carga de minério. Policiais do estado de Roraima também teriam participado da ação.
Segundo o judiciário, Adriano Félix passou por audiência ainda na quinta-feira (22). De acordo com a decisão, todos os requisitos da prisão preventiva foram válidos. Desta forma, a prisão que ocorreu na manhã da quinta-feira foi homologada e mantida.
Já o investigador da Polícia Civil Álvaro Tibúrcio passará pela audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (23). Segundo o Tribunal, o terceiro suspeito preso, identificado como Edmilton Freire dos Santos, não tem processo a ser analisado pelo judiciário.
Operação jeremias 22:17
De acordo com a PF, os suspeitos teriam, em tese, organizado um grupo criminoso com diversas atividades ilegais. Entre essas atividades estariam: escoltar cargas de minérios extraídos ilegalmente da Terra Indígena Yanomami; prestar serviços de segurança de forma clandestina; e realizar investigações paralelas sobre roubos de carga.
Ao todo foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária, expedidos pelo Tribunal de Justiça de Roraima. Além de Roraima e Amazonas, as ações policiais ocorreram também nos seguintes estados:
Bahia;
São Paulo;
Rio Grande do Sul.
Sequestro e tortura
Os crimes aconteceram no dia 8 de fevereiro de 2023 na vicinal 3, em Caracaraí, localizado ao Sul de Roraima. A vítima sofreu lesões nos pulsos e marcas de tapas no peitoral. Além disso, ele sofreu choques na região do tórax.
À Polícia Militar, o pai da vítima relatou que estava trabalhando em um terreno com o filho quando um carro parou no local e três homens desceram do veículo. Segundo o relato, os homens se identificaram como policiais civis e um deles perguntou a localização da vicinal 4, onde estaria ocorrendo uma briga. Por conta disso, em uma motocicleta, a vítima os acompanhou até o local.
No entanto, quando chegou ao local indicado, o homem foi algemado e ameaçado com tapas e choques elétricos. Além disso, os suspeitos afirmaram que incendiariam a motocicleta dele caso não colaborasse.
Com a vítima, eles seguiram até o município de Iracema e posteriormente seguiram para Mucajaí. Dentro do carro, a vítima foi pressionada a cerca de alguma informação sobre um caminhão graneleiro que, segundo os suspeitos, foi furtado e transportava cassiterita, um metal usado para produzir ligas.
Durante o interrogatório, outros três homens chegaram ao local e informaram que pertenciam ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Na ocasião, eles pegaram o celular da vítima para averiguar se ele estava envolvido no caso ou se tinha informações sobre o paradeiro de um outro homem.
Ao fim da ação, eles liberaram a vítima e, inclusive, lhe deram R$ 60 para que ele pegasse um ônibus rodoviário e retornasse para Caracaraí. Os dois policiais do Amazonas foram presos à época, após serem denunciados.
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