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Amazonas

Fome: Região Norte tem o maior índice nacional da população preocupada com acesso a comida, diz pesquisa

Região tem 4,85 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave.

Na Região Norte do Brasil a preocupação com o acesso a alimentos atinge 71,6% da população, a maior parcela entre as regiões do País. É o que diz a pesquisa Vigisan (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), divulgada hoje (08/06), revelando que 33,1 milhões de brasileiros (15,5% da população) se encontram em situação de insegurança alimentar grave no Brasil — ou seja, passando fome.

Proporcionalmente, a preocupação com o acesso a alimentos atinge maiores parcelas da população no Norte (71,6%) e no Nordeste (68%). Em números absolutos, o Nordeste registra mais pessoas com fome: são 12 milhões em situação de insegurança alimentar grave. No Norte, são 4,85 milhões.

O levantamento foi realizado pela Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), que envolve seis entidades parceiras. Em 2020, quando foi realizada a primeira pesquisa deste tipo, eram 19 milhões de pessoas com fome no Brasil (9,1% da população).

O novo inquérito foi conduzido pelo instituto Vox Populi entre novembro de 2021 e abril de 2022, com visita a 12.745 domicílios de 577 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal.

Segundo a pesquisa, mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com insegurança alimentar em algum grau, o que significa 125,2 milhões de brasileiros. São famílias que estão preocupadas com a possibilidade de não ter alimento no futuro ou já passam fome.

O problema aparece mais no campo, onde 60% dos domicílios relataram algum tipo de dificuldade —18,6% com insegurança alimentar grave.

Os pesquisadores também destacam que as famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais atingidas:

– 65% dos domicílios comandados por pessoas pretas e pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível.

– 63% dos lares com responsáveis mulheres apresentaram algum patamar de insegurança alimentar.

Um dos itens novos nesta edição da pesquisa foi a análise da relação entre insegurança hídrica e alimentar. Das casas com dificuldades no abastecimento de água, 42% responderam que passam por situação de fome.

O nível de segurança alimentar é dividido em quatro graus:
Segurança alimentar: alcança hoje 41,3% dos brasileiros. É quando a família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Insegurança alimentar leve: atinge 28% dos brasileiros. É quando a família tem preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro, com qualidade inadequada resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos.

Insegurança alimentar moderada: atinge 15,2% dos brasileiros. É quando há redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos.

Insegurança alimentar grave: atinge 15,5% dos brasileiros. É quando há redução quantitativa de alimentos entre as crianças e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos.

A pesquisa utiliza como parâmetro a EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), também usada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


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