Amazonas
Falta de segurança e medo dos criminosos no AM já provoca pânico até em escola da PM
A Polícia Militar informou que as mensagens eram ‘trote’ ou ‘notícia falsa’ e que tomou os cuidados necessários.
O clima de insegurança e da atuação do crime organizado no Amazonas levou muitos pais de alunos, alunos e professores do Colégio da Polícia Militar V (CMPM V), Escola Estadual Tenente Coronel Cândido José Mariano, em Manaus, a entrarem em pânico, na terça-feira (05/04), por acreditarem em mensagens, em vários grupos de WathsApp, de que haveria um atentado ao prédio da escola, onde também funciona uma creche, também da Polícia Militar (PM).
As mensagens, atribuídas a uma facção criminosa que se instalou no Amazonas, tinham ameaça de invasão pela organização criminosa e orientação a pais para que fossem buscar seus filhos com urgência. A PM Polícia Militar informou que as mensagens eram ‘trote’ ou ‘notícia falsa’, mas que tomou os cuidados necessários.
O pânico instaurado na escola mostra que nem mesmo os alunos e professores de uma escola da PM se sentem tranquilos no Amazonas, e que a facção criminosa faz medo mesmo entre os familiares de policiais militares. E que muitos não acreditam nas medidas anunciadas pelo governo do Estado para combater o crime organizado e evitar, plor exemplo, um atentado contra as próprias forças de segurança.
A mensagem atribuída à facção criminosa dizia: “Boa noite, amanhã na Universidade Nilton Lins vai haver um massacre (…) iremos pegar qualquer um que estiver no caminho. Só passando aqui para avisar. Durmam todos bem”.
No grupos do WhatsApp, alunos e funcionários da escola demonstraram muita aflição e medo de ir às aulas. Pais foram à escola e à creche tirar seus filhos, com medo. A direção da escola foi obrigada a autorizar a saída dos alunos.
A PM informou que tomou conhecimento de uma “fake news” sobre a ameaça atribuída à facção criminosa e determinou o reforço do policiamento na escola. A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que tomou conhecimento sobre a ameaça e disse que foram tomadas medidas de prevenção como o reforço policial ostensivo e investigação pela Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai).
Pânico
De acordo com estudo realizado no Reino Unido (2006) para a Redução da Criminalidade nas Comunidades, são fatores contribuintes para o “medo do crime”: a proximidade com ocorrências da criminalidade (residir em uma região com alto índice de criminalidade); já ter sido vítima de algum crime; desinformação, vulnerabilidade e isolamento social.
De acordo com a advogada Paula Argentino, pós-graduada em Direito Penal e Processual Penal e em Direito do Estado, “o pânico é funcional aos interesses do Estado, pois permite o seu agigantamento, através da possibilidade de intervir em todos os aspectos das liberdades fundamentais, sem que o povo ofereça qualquer resistência, e finalmente, o debate que se instala sobre possíveis alterações na legislação penal e o esforço no sentido de mudá-la, como medida de urgência para satisfazer os anseios da sociedade que vê ingenuamente no aumento da pena uma possível solução para o problema da criminalidade”.
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