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Amazonas

Falta até papel higiênico: cirurgiões comunicam ao governo necessidade de suspender atendimentos no Hospital do Coração do Amazonas

A Socceam Cirurgia Cardiovascular do Amazonas Ltda. lista uma série de problemas graves que o Francisca Mendes vem enfrentando.

Alegando falta de infraestrutura e suporte, a Socceam Cirurgia Cardiovascular do Amazonas Ltda., empresa de cirurgiões cardiovasculares que atuam no Hospital Francisca Mendes, do governo do Amazonas, em Manaus, anunciaram a necessidade de paralisar os serviços.

 

Em carta enviada ao secretário de Saúde do Estado, Anoar Samad, com cópia ao Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), a Socceam informa que a interrupção dos procedimentos cardiológicos no Francisca Mendes, também conhecido como Hospital do Coração, e único no Estado a prover os serviços de forma integral, “é iminente e gerará consequências de dimensões profundas, possivelmente culminando em resultados trágicos para pacientes em estado de espera, enfatizando que doença cardiovascular é a maior causa de óbitos no mundo”.

A Socceam lista uma série de problemas graves que o Francisca Mendes vem enfrentando:

– Falta kit de CEC adulto, o que resulta na paralisação dascirurgias cardíacas em adultos com circulação extracorpórea. O kit é constituído de um conjunto de cânulas.
– Salas de hemodinâmica paradas. Cateterismo não é realizado há mais de doismeses, o que compromete o serviço de cirurgias como um todos.
-Desabastecimento de insumos;
– Só uma máquina de circulação extracorpórea em funcionamento;
– Desabastecimento de fios de sutura e medicamentos;
– Não há médicos infectologistas há mais de um ano;
– Profissionais com pagamentos atrasados nos serviços de limpeza, arntmologia; radiologia e nefrologia;
– Falta de equipes de enfermagem para UTI pediátrica/neonatal;
– Desabastecimento de hemoderivados;
– Comprometimento do sistema de refrigeração do hospital;
– Telefones cortados por falta de pagamentos;
– Elevador quebrado há mais de dois meses;
– Falta de papel higiênico, copos descartáveis e material de limpeza.

O hospital é centro de referência da alta Complexidade em cirurgia cardiovascular, cardiologia Intervencionista, cirurgia vascular de alta complexidade, endovascular e elotrofisiologia, atende a demanda do Estado do Amazonas e está inserido na rede de atendimento de Alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) na Região Norte.

Crise que se repete

Em maio 2020,A Justiça do Amazonas concedeu liminar determinando que o Governo do Estado adquira dentro de cinco dias insumos, órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), além de equipamentos necessários para retomada da capacidade de produção de cirurgias e procedimentos no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), localizado na zona Norte de Manaus. O não cumprimento do prazo enseja bloqueio judicial de verbas públicas no valor de R$ 2.351.549,12.

A liminar, atendendo pedido da Defensoria Pública do Estado (DPE-AM), determina também que, no mesmo prazo, o Estado deve juntar nos autos do processo cópias dos contratos firmados com as cooperativas que prestem serviços no hospital, acompanhados dos respectivos projetos básicos. A decisão judicial possui força de mandado, tendo em vista a situação peculiar de pandemia e isolamento social vivenciada no Estado do Amazonas.

Em seu pedido de liminar, a Defensoria argumenta que “o Hospital Universitário Francisca Mendes, centro de referência da alta complexidade em cirurgia cardiovascular, cardiologia intervencionista, cirurgia vascular de alta complexidade, endovascular e elotrofisiologia, que referencia toda a Região Norte, há muito vem passando por uma crise de gestão, que culminou na drástica e abrupta redução no quantitativo de cirurgias realizadas pelo hospital, devido à carência de insumos, OPME’s, entre outros produtos”.

O pedido da Defensoria também traz informações do diretor técnico da cooperativa Cirurgia Vascular do Amazonas Ltda. (Socceam), que presta serviços de cirurgia no HUFM, informando que o número de cirurgias realizadas pela cooperativa no hospital caiu de 52 em janeiro, para 19 no mês de março, tendo contabilizado apenas 10 cirurgias até 14 de abril.


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