Amazonas
Epidemiologista diz que vai levar à CPI no Senado alerta de retomada de casos de Covid-19 no Amazonas
Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, classificou a vacinação em massa executada em Manaus no fim de semana para o público acima dos 40 anos como “populismo sanitário” e desperdício de vacina
O epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, informou, nesta segunda-feira (14/06), que encaminhará um Alerta Epidemiológico à CPI da Pandemia, no Senado Federal, relatando a retomada sustentada da segunda onda da Covid-19 e o que ele classifica como “populismo sanitário com vacinação em Manaus”, ocorrido no último fim de semana, com o mutirão de vacinação. No relatório, Jesem chama a atenção para a circulação viral na capital, com aumento do número de mortes, de internações hospitalares e de positividade de novos casos, entre o mês de maio e primeira semana de junho.
O pesquisador explica que, em linha com os resultados sugestivos do aumento na circulação do novo coronavírus em Manaus, estão os dados sobre o número médio de internações hospitalares em leito clínico por Covid-19 ou suspeita (casos mais graves da doença), os quais mostram aumento de 17,6% no número médio de internações hospitalares em leito clínico por Covid-19 ou suspeita, no período de 7 a 11 de junho de 2021, em comparação com o período de 3 a 7 de maio de 2021.
“Não há dúvidas de que, no período analisado, há um claro e sustentado aumento nas internações por Covid-19 ou suspeita, em Manaus”, disse o epidemiologista. Ele ressalta que entre o período 23 de maio e 6 de junho de 2021 foi registrado um aumento de 10,6% no número de mortes por Covid-19, em Manaus. “Confirmando, ao menos, a interrupção na sua queda (de mortes) em Manaus. Como o indicador de mortes por Covid-19 é um indicador tardio da circulação viral, o seu recente aumento confirma o prévio aumento na circulação viral, a partir do início de maio de 2021. Saliento que o número de mortes no período (citado acima) tende a aumentar nas próximas semanas, devido ao conhecido problema da defasagem e atraso no lançamento desses dados junto aos sistemas de informação em saúde, um fenômeno recorrente em Manaus e no Amazonas”, analisou o cientista.
Segundo o cientista, o “Governo do Amazonas segue usando os dados defasados de mortalidade dos últimos dias para a tomada de decisão sanitária, sem revisar esses números posteriormente ou fazer qualquer correção por meio de modelos matemáticos”.
Populismo sanitário
Orellana classificou a vacinação em massa executada em Manaus no fim de semana para o público acima dos 40 anos como “populismo sanitário” e desperdício de vacina. Para ele, o ato foi “clara tentativa de apagar do imaginário popular as duas tragédias sanitárias que horrorizaram a humanidade em 2020 e 2021”.
“Como os dados deste alerta mostram, Manaus vive a retomada dos contágios do SARS-COV-2 e a vacinação de tantas pessoas de uma só vez, deve aumentar o risco de contaminação de quem vai para a fila, de seus acompanhantes e da cadeia de contatos de ambos. Isto, na prática, resultará em ‘desperdício’ de doses nos prováveis contaminados e gerará uma sobrecarga desnecessária sobre os exaustos trabalhadores de saúde que estão sendo forçados a participarem de mais esta insanidade sanitária. O pior é que o efeito máximo da vacina Oxford/Astrazeneca só poderá ser sentido 105 dias após a primeira dose e não ‘depois da primeira’, como certos ‘canalhas’ insinuam de forma genérica”, comentou o cientista.
Confira o alerta.
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Tuca 14/06/21 - 14:07
O que mais a população anseia e por vacina.
E se tivéssemos para vacinar toda a população como seria?