Amazonas
Empresas se unem em projeto de economia sustentável em comunidade na floresta Amazônica
O “Projeto Ybá” vai ajudar a organizar uma cooperativa local para comercializar bioativos da região, o que, segundo a empresa, colabora com a redução do desmatamento.
A empresa Dow anunciou parceria com o grupo de cosméticos Natura para colocar em prática o “Projeto Ybá: Conservação que Transforma”, iniciativa criada pela empresa de produção de materiais para fomentar a economia, a sustentabilidade e o desenvolvimento social na região de Breu Branco, no Pará, onde está uma de suas fábricas. O local fica no interior da floresta Amazônica.
A ação integra a lista de estratégias ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) da Dow, e contou com investimento inicial de R$ 1 milhão. Ela foi lançada em maio deste ano com a colaboração do Instituto Peabiru e a The Nature Conservancy (TNC).
O principal foco do Projeto Ybá, segundo a Dow, é promover a sustentabilidade e criar uma fonte de renda às famílias da região. Para isso, uma cooperativa local vai receber auxílio para estruturar os processos e as capacidades técnicas do fornecimento de bioativos das áreas preservadas da companhia – como as sementes de andiroba e ucuuba – ao mercado, com gestão sustentável e regenerativa.
A Natura, que é a primeira parceira comercial do projeto, vai apoiar o desenvolvimento da cooperativa com orientação do Instituto Peabiru e deve ajudar na avaliação técnica dos bioativos.
A empresa de cosméticos também será uma das clientes da cooperativa, que vai negociar e vender as sementes extraídas. “A partir do momento em que eles valorizam a floresta e que aquilo se torna meio de vida para eles, eles ajudam cada vez mais a preservá-la”, diz a diretora comercial do negócio de soluções para o consumo da Dow para a América Latina, Flavia Venturoli, que destaca a importância da parceria com a Natura para a Dow.
“Temos orgulho de ter a Natura Brasil como nosso primeiro colaborador comercial para o Projeto Ybá. A experiência técnica da Natura é essencial, pois sua disseminação de conhecimento sobre extração sustentável de bioativos renováveis, tais como sementes e frutos, ajudará a fomentar o crescimento comercial e o desenvolvimento econômico local, ao mesmo tempo em que evitará mais desmatamento da floresta tropical”, afirma ela.
A Natura pretende utilizar os bioativos que forem comprados da organização local na produção dos produtos como óleos corporais e loções hidratantes da linha Ekos. “A andiroba produz um óleo rico em propriedades restauradoras. Da mesma forma a ucuuba produz uma manteiga natural com alto poder de hidratação”, diz o gerente de suprimentos de Natura &Co, Mauro Costa.
Além disso, os recursos extraídos podem ser usados em outras áreas além do setor de cosméticos, inclusive no mercado de alimentos. “O potencial da floresta é gigante, e isso possibilita entender o valor da floresta em pé. Só reforça a proteção florestal”, enfatiza Flávia.
A estimativa é de que a cooperativa esteja treinada em processos gerenciais, financeiros e administração de materiais e recursos até 2022. Dessa forma, o projeto pode beneficiar até 150 famílias da região com o comércio sustentável. “Acho que isso muda muito a perspectiva da comunidade em relação à floresta”, pontua a executiva.
Equipes mapearam a região para colocar o Projeto Ybá em prática (Foto: Divulgação Dow/Fred Ferreira)
Equipes mapearam a região para colocar o Projeto Ybá em prática (Foto: Divulgação Dow/Fred Ferreira)
Sustentabilidade na indústria
De acordo com a Dow, a fábrica de Breu Branco é modelo global na produção sustentável de silício metálico, ao usar mais de 80% de energia renovável, 100% de cavacos de madeira e fontes minerais auditados, e 100% de carvão vegetal de florestas certificadas pelo Forest Stewardship Council (FSC).
Além disso, a empresa investe nesta mesma região em uma fábrica nova para a produção de carvão que, segundo Flávia Venturoli, deve reduzir muito a emissão de gases.
Já a Natura reforça que utiliza recursos bioativos da floresta Amazônica em seus produtos há mais de 20 anos. “A Natura tem um compromisso histórico com sustentabilidade, um de seus pilares de ação. A fim de expandir o impacto de nosso modelo de negócios, acreditamos que é essencial estabelecer parcerias com outras empresas e organizações”, afirma o vice-presidente de suprimentos da Natura &Co, João Moura.
Segundo o gerente Mauro Costa, a empresa, por reconhecer a importância do ecossistema amazônico, potencializou os esforços em contribuir com a região no ano de 2011.
“Naquele ano, foi lançado o Programa Amazônia (PAM), cujo objetivo primordial era tornar a Natura um vetor na criação de negócios sustentáveis e promoção de desenvolvimento local a partir de ciência, inovação e empreendedorismo, com foco na valorização da sociobiodiversidade, do conhecimento tradicional e da cultura local”, diz Costa. “Atualmente já mantemos parcerias com cerca de 40 comunidades que reúnem cerca de 8300 famílias extrativistas”, completa.
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