Amazonas
Em situação crítica, Amazonas e mais seis estados deveriam decretar lockdown, diz O Globo
Seguno o jornal, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo estão com mais de 80% das vagas de UTI ocupadas.
Sete estados brasileiros têm o sistema de saúde estrangulado pela falta de leitos hospitalares e acumulam condições que tornariam o lockdown a política mais eficiente contra a Covid-19, segundo levantamento do jornal O Globo a partir de dados fornecidos pelas secretarias estaduais. São eles: Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo — todos com mais de 80% das vagas de UTI ocupadas.
O estado com maior taxa de ocupação é Pernambuco, com 98% dos leitos de unidades intensivas usados por pacientes com o novo coronavírus. Além das vagas escassas, o Brasil ainda não conseguiu reduzir a taxa de contágio, com cada contaminado transmitindo a doença para quase três pessoas, segundo dados do Imperial College — número que também deve ser considerado para tomada de medidas mais drásticas.
Ontem, o Brasil bateu recorde de mortes registradas em 24 horas: 751 óbitos, além de 10.222 novos casos. O país acumula 9.897 mortes e 145.328 diagnosticados. Mesmo diante da escalada dos números e da necessidade de medidas de isolamento, defendidas por especialistas, o presidente Jair Bolsonaro reforçou que a responsabilidade pela manutenção do fechamento do comércio é de governadores e prefeitos.
Um estudo publicado ontem pelo Imperial College, de Londres, apontou que o surto do novo coronavírus no Brasil apenas começou e que, embora as medidas de distanciamento tenham diminuído a disseminação, a situação irá piorar caso não sejam adotadas formas mais rígidas de isolamento. Segundo o estudo, a doença ainda está fora de controle no Brasil.
“Em nenhum estado do Brasil nossos resultados indicam que a imunidade de rebanho está próxima de ser atingida, sublinhando o estágio inicial da epidemia no Brasil atualmente e a possibilidade de a situação piorar, a não ser que outras medidas de controle sejam adotadas”, afirma o estudo.
Adotado como última cartada em países como França, Itália e Espanha, o lockdown é visto como uma radicalização das medidas de isolamento social, uma vez que a quarentena decretada após a chegada da Covid-19 não obteve a adesão esperada da população.
Lockdown
No Brasil, segundo o Imperial College, cada infectado transmite a doença para três pessoas. É o maior índice visto no levantamento, realizado em 48 nações. Se menos pessoas estão na rua, há menos possibilidade de contágio.
O confinamento tem sido visto como tentativa de remediar o quadro caótico provocado pelo coronavírus nos hospitais.
Edison Bueno, chefe do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp, também lamenta o atraso no combate ao coronavírus, inflado, em muitos casos, pelo negacionismo de teorias científicas. O confinamento pode ser uma saída para localidades onde mais de 80% dos leitos hospitalares estão ocupados, diz ele. Essa política, no entanto, demora a colher resultados e, por isso, pode enfrentar resistência da população: “As pessoas que foram infectadas recentemente demoram de duas a três semanas para desenvolver os sintomas da Covid-19, e depois disso podem ser internadas, ficando até um mês no hospital. Se o confinamento já tiver sido instituído, a população pode ver esses casos e pensar que aconteceram enquanto ela estava trancada, então vai achar que o lockdown não está dando certo”.
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