Amazonas
Em resposta a Bolsonaro por piada com tubaína, Associação de refrigerantes critica Zona Franca
Afrebras defendeu que o governo, em vez de politizar o uso do medicamento, deve acabar com as regalias fiscais milionárias concedidas a multinacionais de bebidas na Zona Franca de Manaus.
A Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) divulgou nota hoje para repudiar a “piada de mau gosto” que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez ontem durante uma live com o jornalista Magno Martins nas redes sociais. Em defesa do uso da cloroquina no combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, Bolsonaro ironizou: “Quem é de direita, toma cloroquina; quem é de esquerda, tubaína”.
No comunicado divulgado hoje, a Afrebras lembrou que a piada foi feita no mesmo dia em que o Brasil registrou 1.179 mortes causadas pela covid-19. “A entidade defende que o governo, em vez de politizar o uso do medicamento, deve acabar com as regalias fiscais milionárias concedidas a multinacionais de bebidas na Zona Franca de Manaus, para amenizar o momento de crise econômica agravada pela pandemia no país.”
A tubaína é um tipo de refrigerante que é feito basicamente de guaraná com extrato de tutti-frutti; no Brasil, existe ao menos 25 marcas de tubaína em produção no atual momento, segundo a Associação.
A nota diz que “a Afrebras repudia a infeliz declaração do presidente Jair Bolsonaro dizendo que ‘quem é de direta toma cloroquina; quem é de esquerda, tubaína’, no mesmo dia em que o país registrou, pela primeira vez, mais de mil mortes por coronavírus em 24 horas”.
No texto, a Afrebras lembra ainda que representa “mais de 100 indústrias de bebidas regionais no Brasil, entre as quais os produtores de tubaína”, e afirma que diversas companhias associadas têm trabalhado para ajudar a combater o coronavírus.
“Boa parte das fábricas regionais está se mobilizando para fazer doações de alimentos e álcool em gel a comunidades pobres para tentar diminuir os impactos da crise. A entidade destaca que vários hospitais ou leitos de hospitais de campanha poderiam ser construídos com o dinheiro da farra de benefícios fiscais”, criticou.
Ainda no comunicado, o presidente da associação, Fernando Rodrigues de Bairros, reforçou pessoalmente a crítica a Bolsonaro pelos benefícios oferecidos a multinacionais do setor atuando o Brasil, citando nominalmente Coca-Cola, Ambev e Heineken.
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