Amazonas
Em meio à crise na Segurança, governador do Amazonas troca chefia da polícia civil
A delegada Emília Ferraz, até então presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Amazonas (Sindepol), passa a ser a primeiro mulher a comandar a instituição.
Em meio à crise na segurança pública do Estado, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciou, nesta segunda-feira, a exoneração do delegado-geral da Polícia Civil, Lázaro Ramos, e nomeou para o cargo a delegada Emília Ferraz, que passa a ser a primeira mulher a comandar a instituição. Segundo o governador, outras trocas na cúpula da polícia estadual devem ocorrer nos próximos dias.
Emília, que é a atual presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Amazonas (Sindepol) declarou que está profundamente honrada e que já estão sendo realizados planejamentos para fomentar as investigações dos crimes organizados. “É uma honra para mim ser anunciada como a primeira delegada-geral do Amazonas. Já estamos realizando as primeiras ações iniciais com o trabalho de inteligência. Já temos um grupo voltado para investigar o crime organizado. Conseguimos montar a estrutura e, a partir disso, vamos direcionar os passos nas investigações”, comentou Emília
A nova delegada geral assume o cargo no momento em que o Amazonas registrou alta de 4,4% no número de assassinatos no último trimestre do ano passado, segundo números divulgados hoje pelo Monitor da Violência, do Portal G1. A volta do aumento nos crimes violentos causa preocupação pois vai na contramão da média nacional. Após quedas superiores a 20% nos primeiros trimestres, país tem redução de 11,8% de outubro a dezembro, informa o portal. No Estado, foram registrados 285 casos, contra 273 no mesmo período do ano passado. No ano passado, foram registrados 994 homicídios dolosos no Estado.
O nome da delegada foi anunciado para o cargo pelo governador, durante inauguração da nova sede do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Desde dezembro de 2018, o nome de Ferraz era cotado para a função. Com ampla experiência na área de Direito e Segurança Pública, ela é mestre no tema pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA), já foi diretora do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e da Corregedoria Geral. Massacre Compaj Em 2017, Emília, como auxiliar da Corregedoria, atuou no inquérito produzido pela PC, de 2.600 páginas, sobre o massacre do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
Em discurso quando em uma visita à Assembleia Legislativa do Estado (ALE), como presidente do Sindpol, a delegada disse que Polícia Civil do Amazonas conta com menos de 300 delegados para cuidar da segurança de todo o Estado, “um quantitativo muito diminuto e a categoria ainda enfrenta a falta de pagamento da data-base, desde 2015”.
“Fazemos um trabalho incansável junto à população. Somos menos de 300 e temos de arcar com o ônus da segurança em todo o Estado. Queremos dizer que estamos de portas abertas, mas precisamos de melhores condições de trabalho. Somos poucos, mas damos o nosso melhor”, afirmou.
“Vimos para uma visita de cortesia e também propor que a gente possa melhorar a segurança do Estado, melhorar as condições da categoria, como é o caso da data-base, que não está estabelecida desde 2015”, afirmou aos jornalistas. Na época, a presidente do Sinpol também citou a falta de estrutura e a necessidade do concurso público, por isso espera contar com o “bom senso e a parceria” que os deputados sempre demonstraram em relação à categoria.
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