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Amazonas

Dom Leonardo vê racismo no crime contra indígena em delegacia do Amazonas

A declaração foi feita no lançamento do “Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil”, de 2024, nesta segunda-feira, 28, em Brasília

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O presidente nacional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Leonardo Steiner, declarou ter recebido aterrorizado a denúncia de violência sexual sofrida por uma indígena kokama, que denunciou estupros de policiais militares dentro no 53º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Santo Antônio do Içá (AM), a 800 quilômetros de Manaus. As informou são da Revista Cenarium.

A declaração foi feita no lançamento do “Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil”, de 2024, nesta segunda-feira, 28, em Brasília. Para o cardeal, o crime é o reflexo do racismo da sociedade brasileira contra os povos indígenas.

Dividido em quatro tópicos, foram registrados 429 casos de violência contra indígenas, dos quais 20 foram de violência sexual. Um dos registros, envolve um indígena de 44 anos, que foi atendido na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Cruzeiro do Sul (AC), em janeiro de 2024, após ser vítima de estupro em uma cela da Penitenciária Manoel Neri da Silva. Ele compartilhava a cela com mais quatro detentos e foi encontrado sangrando.

 

Para Dom Leonardo, que além de presidente do Cimi é arcebispo de Arquidiocese de Manaus (AM), a situação da indígena é aterrorizante e mostra um problema do Estado em não assegurar os direitos das mulheres e indígenas, além do racismo que perpassa os povos originários em todo o País.

“É o Estado que está abusando de uma mulher indígena, e de uma mulher indígena que tem um filho, e o filho presenciou tudo. Isso é de uma brutalidade enorme. (…) Primeiro porque ela é mulher e indígena, isso é de um racismo que existe na sociedade brasileira em relação aos indígenas. Esse modo de encarar o indígena como uma pessoa qualquer, não como participante, como agente da sociedade”, avaliou o cardeal.

Em depoimento, a vítima relatou ter sido espancada pelos outros presos, ter perdido os sentidos e, quando acordou, já estava sangrando e foi levado para a UPA. O relatório não cita que providências foram tomadas depois.

O caso da indígena Kokama do Amazonas, embora tenha ocorrido entre novembro de 2022 e agosto de 2023, não consta nos relatórios do Cimi, porque veio a público somente neste mês de julho. Mas a instituição promete inseri-lo no documento de 2025, que está em fase de preparação.

Leia a reportagem completa aqui. 


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