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Amazonas

Deputado denuncia gastos de R$ 400 milhões da gestão Wilson Lima na Seduc durante a pandemia

Wilker Barreto relatou que somente com livros didáticos, paradidáticos, enciclopédia digital e kits tecnológicos são R$ 155,7 milhões.

O deputado estadual Wilker Barreto apresentou números de contratos milionários da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), e revelou “um verdadeiro pot-pourri” de gastos de R$ 400 milhões em contratos durante a pandemia.

Barreto relatou que somente com livros didáticos, paradidáticos, enciclopédia digital e kits tecnológicos são R$ 155,7 milhões. Ele citou o serviço da enciclopédia Barsa Digital, somente para alunos do Ensino Médio de Manaus e Região Metropolitana, que exclui estudantes de outros municípios, e custou R$ 18,4 milhões. Também citou a aquisição de 404.880 livros paradidáticos com a Pontual Distribuidora S.A, em preparação para o Enem aos alunos do 3º ano do Ensino médio, no valor de R$ 31,7 milhões.

“O governo gastou R$ 155 milhões em plena pandemia com paradidático, aquele que é o livro de apoio. Eu não sou contra que o aluno do Estado tenha acesso ao paradidático, mas fiz um resumo da Seduc e, só num contrato, são 15 livros por aluno. É importante revelar essas informações, pois a Seduc está um caminhão desgovernado”, disse Wilker.

Ele também citou a compra de 349.572 livros paradidáticos para a as Avaliações da Educação Básica (Saeb), que custaram R$ 19,7 milhões; os 445.447 livros didáticos para Educação de Jovens e Adultos (EJA), de R$ 18,8 milhões, da MKS Soluções Comerciais e Distribuidora de Materiais. “Em resumo, foram adquiridos 1.630.189 livros pela Seduc durante a pandemia”, informou.

2021 teve mais

Os gastos , segundo Wilker, continuam. Ele disse que a Seduc realizou novos certames que já estão homologados e empenhados, como é o caso da aquisição de materiais bibliográficos no valor de R$ 139,1 milhões com a GM Quality Comércio Ltda.

“Só a GM Quality são 15 livros por aluno. Deste contrato,é importante dizer, já pagaram mais de R$ 25 milhões. A Seduc está uma farra, e a Assembleia só não abre uma CPI, pois se não instalam da pandemia, imagina se vão abrir da Seduc”, diss o deputado.

Wilker também destacou a renovação de R$ 18,4 milhões com a Enciclopédia Barsa Digital, neste ano. Segundo ele, o serviço continua sendo de acesso online individualizado, somente para alunos do Ensino Médio da capital e da Região Metropolitana. Esta nova contratação significa o investimento de mais R$ 36 milhões para 300 mil acessos, em dois anos, informou.

“Isso é um absurdo. A Seduc contratou a Barsa por 18 milhões para 150 mil acessos, sem livro e cd, compraram apenas o direito de acessar. O detalhe é que só vale para Manaus e área metropolitana, não inclui o interior. Se fosse para comprar de forma definitiva, eu até me calava, mas estão pagando o acesso, ou seja, usando ou não, está pagando. Fizeram isso em 2020, e agora renovaram”, disparou Barreto.

Requerimento

Diante dos números alarmantes, o deputado afirmou que a Seduc precisa ser fiscalizada, uma vez que os gastos milionários não configuram urgência nas aquisições de tantos acervos bibliográficos e indicam dano ao erário. O parlamentar, através de requerimento, solicitou informações e esclarecimentos sobre os contratos firmados para aquisição de livros paradidáticos, acervos literários e Barsa digital, assim como, a comprovação da distribuição dos materiais aos alunos, professores e escolas estaduais.

“Quero saber quem foram os estudantes que receberam esses livros, como foi feita a logística, qual o motivo dessa compra milionária. O nosso dever como deputado é fiscalizar a aplicação do dinheiro público”, frisou Barreto.


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