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Amazonas

DCE da Ufam protesta contra palestrante; estudante acaba detido pela PF

Palestrante André Lajst viu antissemitismo e calúnia na acusação do diretório

O “I Simpósio Ajuricaba de Liberdade na Amazônia” terminou em confusão e nota de repúdio emitida pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) nesta quarta-feira (9)contra o cientista político judeu André Lajst, que palestrou sobre o “empreendedorismo em Israel”. Um aluno chegou a ser detido pela Polícia Federal na Ufam. Alunos protestaram contra a detenção do aluno da Ufam, que foi levado até a sede da Superintendência da PF em Manaus.

Segundo reportagem da A Crítica, a manifestação do DCE foi classificada como “seletiva e ideológica” por um integrante da comunidade judaica de Manaus. Já a StandWithUs Brasil, entidade que Lajst preside, disse que a nota do DCE é caluniosa e afirmou ser “inadmissível que a entidade representativa de estudantes universitários falte com a verdade ao se referir a um outro acadêmico” (veja na íntegra no fim desse texto).

Na nota contra Lajst, o DCE descreve o cientista político como “defensor do regime Apartheid de Israel” por ter servido no Exército de Israel entre março de 2011 e setembro de 2013. “Nascido em São Paulo, de origem polonesa, portanto, sem nenhuma raiz no Oriente Médio, especialmente na terra da Palestina, André Lajst é conhecido por conceder palestras e entrevistas com o intuito de ‘higienizar’ os crimes cometidos contra o povo da Palestina”, acusa a nota do DCE.

O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, também se posicionou sobre o assunto. Nas redes sociais, ele opinou que a universidade não pode servir de “palco para defesa de um regime de Apartheid”.

A Ufam informou que a palestra está sendo promovida pela Faculdade de Estudos Sociais (FES), unidade coordenada por diretor e vice-diretor eleitos pela sua comunidade, e que estes administram academicamente e cientificamente.
Na nota contra Lajst, o DCE descreve o cientista político como “defensor do regime Apartheid de Israel” por ter servido no Exército de Israel entre março de 2011 e setembro de 2013.
“Nascido em São Paulo, de origem polonesa, portanto, sem nenhuma raiz no Oriente Médio, especialmente na terra da Palestina, André Lajst é conhecido por conceder palestras e entrevistas com o intuito de ‘higienizar’ os crimes cometidos contra o povo da Palestina”, acusa a nota do DCE.

O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, também se posicionou sobre o assunto. Nas redes sociais, ele opinou que a universidade não pode servir de “palco para defesa de um regime de Apartheid”.

Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), criticou a realização do evento na Ufam (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
“Se a liberdade de expressão não permite a promoção no campus do racismo (defesa do Apartheid, por exemplo) ou o nazismo, por que defender o experimento social genocida em curso na Palestina ocupada deveria ser permitido?”, questiona o presidente da Fepal.
Já para o rabino Shaliach Roe Ícaro Moreno, da Comunidade Judaico Messiânica de Manaus, o protesto do DCE possui caráter de “condição seletiva e ideológica”.
“Não é antissemitismo, pois não atenta contra o aspecto racial judaico e sua fé. É um protesto com o qual não concordamos pela sua condição seletiva e ideológica”, afirma Moreno. Segundo ele, o fato do palestrante ter exercido função militar no FDI – Forças de Defesa de Israel representa o cumprimento do seu “dever cívico com o Estado Judaico”.

O rabino ressaltou que o governo de Israel vem tentando dialogar com os palestinos. “Isso não implica em um regime de Apartheid, e sim o cumprimento das leis básicas de Israel em defender seu país, o que em hipótese alguma deveria impedir a transmissão do conhecimento científico, que é de grande importância para a Amazônia. O atual governo de Israel, resguardando o seu direito de defesa, tem buscado um diálogo com os palestinos e a conciliação”, pontuou o rabino.

Moreno destacou ainda que o evento deveria ser mais participativo e convidar outras representações judaicas, por exemplo.
“Tenho um posicionamento sobre o evento: deveria ser mais participativo com a sociedade civil e abrir um debate com os estudantes sobre os temas polêmicos atuais que envolvem o Estado de Israel. Cabe à UFAM buscar parcerias mais amplas e populares”, declarou.
O que diz a universidade

A Ufam informou que a palestra está sendo promovida pela Faculdade de Estudos Sociais (FES), unidade coordenada por diretor e vice-diretor eleitos pela sua comunidade, e que estes administram academicamente e cientificamente.

“Todas (as unidades) têm autonomia para gerir e ofertar conteúdos que entendam ser importantes para seu alunado. Essa premissa se baseia no Estatuto da Universidade Federal do Amazonas, mais precisamente em seu Artigo 4º, que discorre sobre a Finalidade da Universidade como instituição que deve cultivar o saber em todos os campos do conhecimento. Neste artigo, consta como missão da Ufam ‘Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do pensamento reflexivo, sem discriminação de qualquer natureza'”, pontua a Ufam na nota.

Polícia Federal

Em nota, a Polícia Federal informou que foi acionada nesta quinta-feira, 10/8, por meio de ofício expedido
pela Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), tendo em vista a realização de uma palestra, no auditório Rio Amazonas, localizado na Faculdade de Estudos Sociais – FES, no Setor Norte do Campus.

“A PF informa que a solicitação foi atendida visando garantir a ordem e a segurança dos palestrantes, bem como dos alunos, professores, convidados e participantes do evento. Um dos alunos que estava no local do evento foi encaminhado à Superintendência Regional para prestar esclarecimentos sobre eventual crime de desacato e foi liberado em seguida.Vale mencionar que a Polícia Federal apoia a livre manifestação, que é a garantia constitucional
disposta na Constituição Federal de 1988, sendo este direito um dos mais importantes pilares da democracia”, diz a PF em nota.

Com informações da A Crítica e assessorias.


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