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Amazonas

Dados do Inep divulgados pelo O Globo revelam que 9 das top 10 escolas do Amazonas no Enem 2022 são da rede privada

Dados foram obtidos com exclusividade pelo jornal com pesquisadores da edtech AIO.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgados nesta segunda pelo jornal O Globo e que não eram revelados há três anos, mostram que 9 das 10 escolas com maiores notas do Enem no Amazonas são da rede privada. Aqui, você pode conhecer a lista completa e ainda as dez instituições de ensino que tiveram os melhores desempenhos no Brasil e nos estados. Neste ano, a prova será realizada nos próximos dias 5 e 12 de novembro.

Esses dados, obtidos pelo jornal, foram retirados em sala segura do Serviço de Acesso a Dados Protegidos (Sedap), do Inep, entre 31 de julho e 3 de agosto deste ano e fazem parte da pesquisa ‘Análise da evolução e disparidades nas notas do Enem’, promovida pela edtech AIO Educação, de autoria dos pesquisadores Paulo Vivas, Murilo Vasconcelos e Mateus Prado.

— A AIO se orgulha em trazer à tona estes dados. Sem a informação necessária, escolas públicas e privadas, governo e sociedade permanecem no escuro sobre o progresso e as estratégias necessárias para aprimorar as políticas do Ensino Médio, que, atualmente, exibem resultados ainda muito insatisfatórios — afirmou Murilo Vasconcelos, CEO da AIO.

A primeira colocação no Amazonas ficou com o Centro Educacional Lato Sensu III. A única da rede pública entre as 10 primeiras notas no Estado é do Colégio Militar do Amazonas, instituição do Sistema Colégio Militar do Brasil, uma unidade do Exército Brasileiro, subordinada à Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial.

Brasil

A primeira colocação geral no Brasil ficou com o colégio Farias Brito, do Ceará. Essa é uma das cinco unidades da instituição em Fortaleza. Duas delas funcionam no mesmo endereço, o que indica que o colégio separa os melhores alunos para garantir um ranqueamento mais alto na lista do Inep.

Das quatro escolas públicas entre as 50 maiores notas, todas possuem algum tipo de mecanismo para selecionar os melhores estudantes interessados em uma vaga. Entre elas, estão uma unidade militar, duas são vinculadas a universidades federais e uma a universidade estadual.

O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV) é a escola pública mais bem posicionada (20º lugar). Excluindo as escolas que escolhem seus estudantes, a pública com a melhor nota no Enem fica em Ipatinga, Minas Gerais, e está na posição 1.444 do ranking geral.

Diferença

A diferença entre as escolas públicas e privadas na prova objetiva do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegou a 67 pontos em 2022, o menor patamar dos últimos oito anos. Na redação, porém, essa distância é quase o triplo, e 182 pontos separam os estudantes das duas redes. Só em 2019 esse abismo foi maior.

Diferente do esperado, o desempenho médio das escolas públicas cresceu, ainda que timidamente, durante a pandemia — na educação privada, por outro lado, ela caiu por conta da crise sanitária.

Em 2019, antes da Covid-19, as escolas públicas registraram uma média de 493 pontos no Enem. No ano seguinte, o valor saltou para 499 e, em 2022, alcançou 506, melhor resultado desde 2015. Já as privadas passaram de 599 pontos na pré-pandemia para 586 em 2021, com recuperação parcial no ano passado. Esses valores consideram a média ponderada de todas as provas, incluindo a de redação.

— A pandemia fez a taxa de participação dos alunos no Enem cair muito na rede pública: de 50% para 30%. Muito provavelmente caiu a participação de alunos de nível socioeconômico mais baixo e que foram mais impactados pela pandemia. Esses alunos mais vulneráveis têm um desempenho menor e, se fizessem a prova, jogariam a média geral para baixo. Obviamente, a pandemia teve impacto importante, mas muitos alunos sequer fizeram o Enem —explica Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).

Depois da publicação da reportagem, o Inep publicou uma informando que disponibiliza acesso às bases de dados produzidos pela Autarquia para todos os pedidos formulados por pesquisadores, conforme protocolo estabelecido na portaria 637, de 2019: “O Inep desconhece a metodologia utilizada na pesquisa exposta na matéria, ao tempo em que informa que os resultados apresentados são de inteira responsabilidade do(s) pesquisador(es) mencionados”, afirmou o instituto.


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