Coren: governo do Amazonas ameaça vida de pacientes com enfermeiros sem experiência

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren), Sandro André da Silva Pinto, publicou vídeos nas redes sociais em que aprece em frente ao Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, a 1h45, informando que recebeu denúncias de problemas no atendimento aos pacientes. Segundo ele, houve uma troca de cooperativas de enfermeiros em hospitais e prontos-socorros de Manaus e ele resolver verificar ‘in loco’ a situação.

“O que mais nos preocupou até agora foi a situação do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio. Visitamos agora a situação do politrauma. E a situação do politrauma muito nos preocupa. Mais de 20 pacientes no politrauma nesse momento, apenas um enfermeiro… e o que mais nos preocupa: o enfermeiro relatou para nós que não tem experiência nenhuma”, diz Sandro no vídeo.

Ele faz um apelo aos “nossos dirigentes, ao nosso secretário estadual de Saúde e até o nosso governador que vejam a situação da nossa população com mais cautela”. E diz que não estava lá para defender cooperativa A ou B. “Nós estamos aqui pela qualidade que a população merece receber na assistência. Peço que isso seja revisto pois, se não for revisto, coisas mais graves irão acontecer”, afirmou.

Em outro vídeo, às 3h40, o presidente do Coren aparece em frente ao Hospital e Pronto-Socorro Infantil da Zona Leste. Nesse vídeo, ele informa que, além dos problemas “corriqueiros”, como falta de insumos, salários atrasados, o Conselho vai encaminhar recomendação à Secretaria de Saúde (Susam), com cópia aos ministérios públicos estadual e federal e à Defensoria Pública, “para que a nossa população seja resguardada. “Nossa população já sofre muito, ela não tem que carregar mais esse peso e não tem que correr mais esse risco”, declara.

“Governador, o senhor é pai”

A enfermeira Stéfany Albuquerque publicou, em sua página no Facebook, uma carta ao governador Wilson Lima, onde diz: “ O senhor é pai, e será pai novamente. Colocaria em risco a vida da sua família? Sua esposa, seus filhos? Não! Mas graças a Deus o senhor tem condições de pagar por uma assistência privada. Mas e os 2 MILHÕES de habitantes do Estado que não tem? Por quê colocar a vida deles em jogo? Porque arriscar a saúde das pessoas? É um apelo para que o senhor coloque a mão na consciência e não permita que o nosso Estado entre em colapso. Talvez hoje o ache que não mudará nada, mas o senhor também pode salvar vidas. Seja um herói também. Não permita que empresas desqualificadas e despreparadas assumam os principais pronto-socorros e UTIs da cidade. Os pacientes não tem culpa, eles clamam por socorro, por ajuda! Não carregue essa culpa. Não manche suas mangas de sangue”.

Stéfany Albuquerque informa que é amazonense, “nascida e criada na capital do Estado, Manaus. Cidade que amo, desde a cultura, a história, até mesmo o clima”. E que “tudo o que sempre quis, era ajudar as pessoas, salvar vidas, não importa como fosse, mas queria ajudar de alguma forma”. Ela também informa que “graças a Deus e à minha família, consegui entrar na Universidade Do Estado e me formar como Enfermeira”, e que estudou 18 meses para passar na prova da residência (Especialização com carga horária prática de 5.000 horas) da Universidade do Estado para Urgência e Emergência.