Amazonas
Com 92% das UTI ocupadas, SES-AM abre novos leitos na rede estadual para pacientes com Covid-19 e Estado planeja hospital de campanha
O governo do Amazonas está prevendo um novo pico do novo coronavírus no Estado daqui a 20 dias e que pode levar ao colapso da rede pública de saúde; discussões com o governo federal para abertura de um hospital de campanha já iniciaram.
Com a elevada taxa de internações de pacientes com Covid-19 em Manaus e próximo de um novo pico da doença no Amazonas que aumenta o risco de colapso na rede pública de saúde, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) está ampliando os leitos exclusivos para Covid-19 e reorganizando os serviços da rede de saúde para o novo momento de recrudescimento da pandemia no Estado. Além de destinar 80% do Hospital Platão Araújo para Covid-19, a secretaria está reabrindo leitos em outras unidades.
O governo do Estado também está discutindo com o governo federal a possibilidade de implantação de um hospital de campanha e, ao mesmo tempo, trabalhando para credenciar novos leitos na rede privada para atender à demanda da rede pública.
De acordo com o Boletim Diário da Covid-19, da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), entre os dias 1º e 25 de dezembro, o número de internados saiu de 461 para 742, em aumento de 61%. O governo trabalha a rede para receber a maior pressão nos próximos 20 dias, quando a pandemia deve atingir um novo pico no Estado.
Com mais de 92% dos leitos de UTI destinados à Covid-19 ocupados, o hospital de referência Delphina Aziz operando no limite e a rede de emergência pressionada com o aumento dos casos, o governo deu início à terceira fase do Plano de Contingência para o Recrudescimento da Covid-19, na qual estão sendo implantados 297 leitos – 63 de UTI e 234 clínicos – em hospitais e prontos-socorros da rede estadual e rede complementar.
Desde sexta-feira (25), o Hospital Platão Araújo também passou a ser referência para Covid-19, com 53 leitos clínicos e 11 de UTI já destinados exclusivamente para essa finalidade. Neste fim de semana, outros leitos Covid-19 estão sendo incorporados à unidade com a transferência de pacientes de outras causas para o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). O hospital federal, por enquanto, não abre leitos Covid-19, mas vai absorver os pacientes dos prontos-socorros que estão internados por outras causas.
O planejamento para o HUGV foi redefinido no sábado entre o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, e a direção do hospital, em reunião que teve ainda a participação, por telefone, do general da reserva Oswaldo de Jesus Ferreira, presidente nacional da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra os hospitais universitários no Brasil. O governo federal deverá dar suporte com a contratação de recursos humanos e o governo do Estado ajuda com insumos, como medicamentos.
Ao absorver pacientes de outras causas, o HUGV abre espaço para novos pacientes Covid-19 nas unidades de urgência e emergência, como os Hospitais e Prontos-Socorros (HPSs) Platão Araújo, 28 de Agosto e João Lúcio Machado, que são a porta de entrada na rede para os infectados pela doença, ao lado dos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS).
“Essa já é a terceira fase do Plano de Contingenciamento, na qual estamos abrindo mais dez leitos de UTI no Delphina Aziz, completando os 150 planejados e abrindo novos leitos em outros hospitais”, disse Marcellus Campêlo.
De acordo com ele, a rede de saúde possui leitos para atender à demanda da Covid-19, e estes estão sendo incorporados conforme aumenta a taxa de ocupação. Nos últimos dois meses, o Delphina Aziz dobrou de 70 para 140 o número de leitos de UTI.
Marcellus Campêlo também esteve com a equipe da assistência nos hospitais da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e na Fundação Centro de Controle de Oncologia (Fcecon), onde também estão sendo abertos leitos exclusivos para Covid-19.
Na FMT-HVD, o governo reformou parte do Hospital Dia, que estava fechado, e está implantando nos próximos três dias no local 20 leitos de UTI adulto, sete de UTI infantil, e 40 leitos clínicos para atender exclusivamente pacientes com HIV, tuberculose e outras doenças infectocontagiosas que contraírem a Covid-19.
Seguindo a mesma lógica, a FCecon está destinando cinco leitos de UTI e 18 leitos clínicos para tratar pacientes oncológicos com a Covid-19. Outros hospitais que estão destinando leitos para Covid-19 ou para retaguarda dos prontos-socorros são a maternidade Ana Braga, o Instituto da Criança do Amazonas (Icam), o Hospital Adriano Jorge, o Hospital Beneficente Português e o Hospital Geraldo da Rocha.
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