Amazonas
Coluna do Estadão revela tensão e polêmica na reunião sobre Zona Franca de Manaus com ministro Haddad
De acordo com a coluna, a tensão se dá, principalmente, por limites impostos pelo relatório da reforma tributária à quantidade de produtos que podem ser produzidos na Zona Franca de Manaus.
A reunião da bancada do Amazonas com o Ministério da Fazenda para discutir a reforma tributária foi marcada por recados ao governo. Integrantes da base de Lula no Congresso, os senadores amazonenses Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) ameaçaram procurar as instâncias superiores dos seus partidos caso o governo não assegure a manutenção da Zona Franca de Manaus (ZFM) na íntegra no texto da reforma. As informações são da coluna do Estadão.
De acordo com a coluna, a tensão se dá, principalmente, por limites impostos pelo relatório da reforma tributária à quantidade de produtos que podem ser produzidos na Zona Franca de Manaus. De acordo com interlocutores ouvidos pela Coluna, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União), pediu garantias de competitividade do estado da ZFM.
Além da manutenção do regime diferenciado na Zona Franca, o Amazonas quer um fundo de compensação diferenciado. A bancada do Estado se reuniu hoje com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o secretário extraordinário para a reforma tributária, Bernard Appy.
O Secretário de Fazenda do Amazonas chegou a enfatizar no encontro que, após o período de transição da reforma tributária, o Estado terá uma perda de 45% a 50% da arrecadação.
Os senadores, então, foram além. “Se houver lista de produtos que não podem ser produzidos, nós da bancada do Amazonas vamos ficar contra a PEC”, disse Omar Aziz na reunião, de acordo com aliados presentes no encontro com Haddad e Appy.
Aziz enfatizou que a bancada do PSD no Senado tem outros 15 senadores, todos comprometidos em defender a Zona Franca de Manaus. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é do PSD. Já a bancada do MDB, de Eduardo Braga e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, tem dez senadores.
“Se a bancada do PSD e do MDB não se juntarem, não tem votação da PEC. Se você partir do princípio de dizer a lista e a gente não puder ampliar segmentos, aí não tem nem conversa”, disse Omar no encontro.
“Isso não vai passar, vai ser uma disputa de voto. Vamos fazer acordos com o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e o governo vai descobrir como fica duro o jogo. Não queremos isso, queremos fazer um princípio geral, remeter uma lei complementar e não vamos criar discriminação contra a ZFM”, acrescentou Braga.
Haddad se mostrou atento às reclamações dos senadores e disse que recolherá as sugestões dadas. A PEC, como está, mantém o modelo da ZFM até 2073, ou seja, por mais 50 anos, como está na Constituição.
O ministro da Fazenda e o secretário Appy não se comprometeram em adotar todas as demandas, mas garantiram que levariam as considerações da bancada amazonense em questão para avaliarem uma mudança na redação atual da reforma.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
Faça um comentário