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Amazonas

Caso Djidja: investigação aponta que seita da família pode ter provocado morte de avó da ex-sinhazinha

Segundo parentes, a avó de Djidja, uma a senhora de 82 anos, teve um AVC e morreu depois de um ritual com anabolizantes e outras drogas. A polícia investiga o caso.

Parentes da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidia Cardoso, encontrada morta no dia 28/5, em Manaus, afirmam que Cleusimar e Bruno, mãe e ex-namorado Djidia, respectivamente, aplicaram doses de anabolizantes na avó dela, num suposto ritual da seita.

Em reportagem exibida neste domingo no programa Fantástico da Rede Globo, uma mulher que prefere não se identificar, contou como tudo aconteceu: “Cleusimar fez o ritual da cura, ela expulsou todo mundo da casa da minha avó. E nesse ritual eles aplicaram uma bomba, e deram maconha para minha avó. Para fazer meditação, para ela meditar. Às 3h da manhã do dia 29 minha avó teve um AVC.”

“Ela chamou minha tia que estava dormindo. E quando ela levantou, ela reclamou de muita dor de cabeça e ela caiu nos braços da minha tia”.

Após a morte da mãe, uma irmã de Cleusimar pede, em uma mensagem de áudio, que ela pare de usar drogas.

“Cleuse, que sirva de lição minha irmã, para de usar droga!”, diz a mensagem. Segundo a prima, Cleusimar se drogava e dizia que tinha poderes para ressuscitar a mãe.

Ela conta que depois da morte da idosa, a família procurou a polícia e fez uma denúncia de cárcere privado. Os parentes queriam ajudar Djidja a se livrar das drogas e da seita comandada pela mãe dela.

Um vídeo mostra policiais dentro da casa da família, mas Djidja não aceitou sair de casa com a polícia.

Na sexta-feira, uma operação prendeu, além de Bruno, outros quatro suspeitos de fazer parte da quadrilha de tráfico de cetamina, em Manaus.

Por nota, a defesa de Bruno Lima disse que a prisão dele é desnecessária uma vez que ele sempre cooperou com as investigações.

Entre os presos, está Hatus Silveira, um ex-fisiculturista que indicava exercícios físicos e remédios para a família de Djidja.

Na casa dele, os investigadores encontraram seringas e frascos de um medicamento de fortalecimento para animais de grande porte, usado irregularmente por pessoas que querem aumentar a massa muscular.

Segundo a polícia, foi Hatus quem prescreveu, ilegalmente, o uso de cetamina para a família.

Ele também indicou locais para a compra da droga.

Nesta semana, auditores fiscais do Ministério da Agricultura acompanharam a operação de fiscalização em clínicas veterinárias alvos da investigação.

Segundo a polícia, elas são suspeitas de vender cetamina e outros medicamentos sem autorização.

Os policiais encontraram dezenas de frascos de cetamina e outros medicamentos.

O empresário José Máximo Silva de Oliveira que, segundo a polícia, é o responsável pelas clínicas veterinárias investigadas, se apresentou na delegacia e foi preso.

Por nota o advogado de José Máximo nega que seu cliente tenha prescrito cetamina ou outro tipo de medicamento para a família Cardoso.

Nossa equipe conversou com Hatus Silveira, antes da prisão dele. Ele fala que nunca indicou cetamina.

O advogado dele nega que Hatus tenha cometido qualquer crime.

“Ele não forneceu, ele não aplicou, ele não vendeu, ele não transportou, ele não fez nenhuma dessas modalidades”, diz o advogado Mozart Bessa.

A polícia discorda e diz que pela linha de investigação foi levantado que ele acabava prescrevendo protocolos para que a família utilizasse tanto o potenay quanto a cetamina.

A investigação apurou que boa parte do dinheiro da rede de salões de beleza de Djidja Cardoso era usado para comprar cetamina. Segundo a polícia, a família pretendia abrir uma clinica veterinária para ter acesso mais rápido à droga.

No fim do mês passado, a polícia prendeu o irmão de Djidja, Ademar, a mãe deles, Cleusimar, e mais três funcionários da rede de salões de beleza.

Segundo a polícia, eles são suspeitos de usar a seita “Pai, Mãe, Vida” como pretexto para usar e vender cetamina, o que caracteriza tráfico de drogas.

Ademar também é investigado por estupro de uma jovem que teria sido abusada quando estava sob efeito da droga na casa da família. A justiça concedeu liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica a uma das funcionárias investigadas, porque ela tem uma criança de um ano e nove meses.

O Fantástico diz que tentou ouvir os advogados de Ademar e Cleusimar Cardoso, mas não obteve retorno.