Amazonas
Caso Djidja: buscas por palavra ‘cetamina’ no Google aumentam 12 vezes; substância vicia?
Amazonas é onde há mais interesse de busca. O interesse chegou a ser cinco vezes maior do que em Roraima, o segundo estado no ranking.
As buscas no Google pelo termo cetamina (também chamada de ketamina) aumentaram nos últimos sete dias, segundo o Google Trends, em paralelo com a investigação da Polícia Civil do Amazonas sobre uma seita liderada pela família de Djidja Cardoso, que morreu na terça-feira (28). O grupo forçava vítimas a abusar de cetamina em rituais, com estupro de vulnerável, informa reportagem do site UOL.
Levantamento do Google
Buscas aumentaram 12 vezes. Na categoria de saúde, cetamina é o termo com maior crescimento no Google no Brasil na comparação com os sete dias da semana anterior.
Amazonas é onde há mais interesse de busca. O interesse chegou a ser cinco vezes maior do que em Roraima, o segundo estado no ranking.
Algumas dúvidas sobre a substância se destacaram no levantamento. Veja cinco perguntas (e respostas) mais buscadas:
1. O que é cetamina?
Trata-se de um anestésico hospitalar. É usado em diversos países, incluindo o Brasil, com a finalidade de sedação para humanos e outros animais. É apelidada de “tranquilizante para cavalos”.
2. Para que serve a cetamina?
Sedativo e alternativa para tratamento de depressão resistente. Além do efeito sedativo, um derivado da cetamina, chamado cloridrato de escetamina, é usado em forma de spray nasal para tratar depressão resistente e casos de ideação suicida. Nesse caso, a medicação, chamada de Spravato, é fabricada pela farmacêutica Janssen e foi aprovada em novembro de 2020 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Também há versão intravenosa. A cetamina também pode ser administrada de forma intravenosa para tratamento de depressão resistente.
Remédio não pode ser usado em casa. Tanto a forma em spray nasal quanto a intravenosa para tratar depressão devem ser administradas exclusivamente em hospital ou clínica especializada e na presença de um profissional da saúde. O uso da substância não está disponível no SUS.
3. Quanto custa a cetamina?
Spray é caro. O preço do remédio em forma de spray nasal é vendido por mais de R$ 2.000, segundo dados da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
Anestésico é barato. Já a forma intravenosa é mais barata, custa de R$ 70 a R$ 90 cada ampola. Entretanto, como tem de ser aplicada em ambiente hospitalar e com acompanhamento médico, também se torna cara.
4. Qual é o efeito da cetamina?
Anestésico dissociativo. Quando usada como anestésico, tem efeitos alucinógenos, com sensação de bem-estar. Em doses menores, quem consome a substância pode se sentir eufórico e ter episódios de sinestesia —mistura de sensações relacionadas aos sentidos, como “ver” sons e “ouvir” cores.
Melhor conexão entre células. Ao ser administrada, a substância entra no cérebro, dispara um processo de religação de neurônios e sai do organismo em aproximadamente 20 horas. Dessa forma, as células passam a “conversar” melhor umas com as outras, havendo uma melhor conexão. Com isso, as áreas afetadas pela doença mental voltam a funcionar melhor e os pacientes percebem uma melhora dos sintomas de depressão.
5. Cetamina vicia?
Apesar dos efeitos benéficos, existe uma preocupação em torno da cetamina. O alerta é semelhante ao da prescrição de opiáceos (medicamentos com efeitos analgésicos e sedativos potentes) e há risco com uso indevido, porque pode viciar.
Usada em droga.
A substância é utilizada para produzir uma droga sintética conhecida “keta”, “key” ou “special k”. O primeiro caso da utilização da cetamina como droga recreativa foi registrado nos anos 1970, nos EUA. Na década de 1990, o uso como droga ilícita se disseminou no Reino Unido, especialmente em festas e raves.
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