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Amazonas

Câmaras frigoríficas voltam a ser instaladas nos hospitais de Manaus para armazenar corpos de vítimas da Covid-19

Medida foi necessária após recorde de internações e aumento de óbitos na capital do Amazonas; primeira câmara fria está no HPS 28 de Agosto e mais duas serão colocadas nos HPS João Lúcio e Platão Araújo.

Depois que o Amazonas atingiu o maior número de internações em um único dia desde o início da pandemia da Covid-19 no Estado, com 112 hospitalizações, na últimas terça-feira (29), as câmaras frigoríficas voltaram a ser instaladas nos hospitais de Manaus para armazenar os corpos de vítimas do novo coronavírus. Na manhã desta quinta-feira (31), a primeira câmara fria foi instalada no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul da capital.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) está reforçando a estrutura de atendimento no pós-óbito dos prontos-socorros da rede estadual. Entre as medidas está a instalação de câmaras mortuárias nos necrotérios dos prontos-socorros da capital. Enquanto as estruturas, que serão permanentes, estão sendo instaladas, o governo do Amazonas decidiu colocar, preventivamente, estruturas temporárias, como as câmaras frigoríficas.

Também está prevista, para os próximos dias, a instalação das câmaras nos HPS João Lúcio e Platão Araújo. A instalação da câmara frigorífica, assim como a implantação de câmaras mortuárias permanentes, faz parte de um conjunto de medidas que estão sendo implementadas pelo Estado para melhorar o atendimento no pós-óbito nos hospitais, incluindo acolhimento e orientação às famílias de forma digna e humanizada.

O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, afirma que a instalação da estrutura temporária está prevista na quarta fase do Plano de Contingência para o Recrudescimento da Covid-19 e está relacionada à tendência de aumento do número de óbitos por Covid-19.

Ao mesmo tempo, o Estado trabalha para estruturar os necrotérios de forma permanente. Segundo ele, as câmaras mortuárias serão o legado para atender às necessidades dos hospitais, em relação à segurança biológica no manejo pós-óbito, para além da pandemia. Mas enquanto não ficam prontas, serão usadas estruturas de contêiner, adaptados com prateleiras.

“Os órgãos de vigilância em saúde recomendam a segregação de corpos de pessoas que faleceram por Covid-19 das demais causas. Com isso, toda a parte de preparo, guarda e liberação de corpos está sendo revista para reestruturar o fluxo desse serviço de forma permanente e ordenada. Mas enquanto não fica pronto, vamos utilizar o container”, disse.

Estrutura permanente

No HPS 28 de Agosto, onde o necrotério já possui câmara mortuária, serão instaladas prateleiras para aumentar a capacidade do morgue. Nos outros dois HPSs, que não possuem câmara, a equipe de engenharia estuda a melhor forma para a implantação da estrutura permanente, seguindo o padrão definido na programação arquitetônica de unidades funcionais de saúde, do Ministério da Saúde/Anvisa (SomaSUS), a fim de proporcionar condições de guarda, conservação, velório e retirada de corpos.

Força-tarefa

Nesta terça-feira (29), teve início o plantão de atendimento psicossocial nas unidades de saúde, com acompanhamento integral às famílias das pessoas internadas por Covid-19. Psicólogos e assistentes sociais fazem o acompanhamento das famílias, desde a comunicação do óbito até os trâmites funerais.

A força-tarefa é integrada por profissionais da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), Secretaria de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejusc), Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS), em parceria com a Prefeitura de Manaus, por meio do serviço SOS Funeral e Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) e com as empresas funerárias. Também participam a Casa Civil e Casa Militar do governo do Amazonas.

O objetivo é agilizar os procedimentos e facilitar os trâmites funerais para as famílias. “Também estamos revisando os protocolos, aperfeiçoando o processo de identificação de corpos, a comunicação e a orientação às famílias, tanto em relação às informações do paciente internado quanto no pós-óbito”, garante Marcellus.

O grupo também atua na condução e orientação acerca do manejo adequado, identificação de corpos e demais procedimentos relacionados ao óbito por Covid-19 dentro e fora das unidades de saúde.


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