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Amazonas

Após segunda dose, suspeitos de furarem fila da vacina em Manaus são exonerados a pedido

De acordo com o Decreto, a exoneração é a contar do dia 4 de fevereiro de 2021. Ou seja, tomaram a segunda dose da vacina já oficialmente exonerados.

Os médicos Gabrielle Kerke Maddy Lins, Isabelle Kirk Maddy Lins e David Louis de Oliveira Dallas Dias, suspeitos de furarem a fila da vacina contra Covid-19, em Manaus, pediram exoneração dos cargos para os quais foram nomeados pelo prefeito David Almeida, de gerentes de projetos. Eles foram contratados dois dias antes de se vacinarem e o pedido de exoneração foi publicado dois dias depois de tomarem a segunda dose.

As exonerações foram publicadas no Diário Oficial do Município (DOM) de sexta-feira, 12/02, após terem tomado a segunda dose da vacina. Porém, de acordo com o Decreto, a exoneração é a contar do dia 4 de fevereiro de 2021. Ou seja, tomaram a segunda dose da vacina já oficialmente exonerados.

O decreto de exoneração, a pedido, inclui ainda os gerentes de projeto Alessandro Silva Pontes, Carla Angelina Lima Ribeiro, Carla Angelina Ribeiro, Gabriela Pereira de Aguiar e Tatiana Mota Lotti, também suspeitos de furar a fila de vacinação.

Gabrielle e Isabelle são herdeiras do hospital e da universidade Nilton Lins. David é filho do ex-deputado estadual e empresário Wanderley Dallas. São médicos recém-formados e tiveram suas nomeações publicadas nos dias 18 e 19 de janeiro de 2021. Receberam a vacina sob a alegação de que trabalhavam na linha de frente nos hospitais que estão atuando contra a Covid-19.

Também são suspeitos de furar a fila da vacina a secretária municipal de Saúde de Manaus, Shadia Fraxe, e o secretário de Limpeza Pública, Sebastião Reis.

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), pediu a prisão preventiva do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e da secretária Shadia Fraxe. De acordo com a denúncia, houve fraude na fila de prioridades durante a campanha de vacinação e contratação irregular de dez médicos. A Justiça Estadual declarou que a decisão não é de sua competência e remeteu o caso à esfera federal.

David Almeida diz não ter cometido qualquer irregularidade na aplicação das vacinas. “Esses jovens, que estão sendo massacrados pela opinião pública, na verdade, eles se comportaram como heróis, porque os médicos mais velhos estão afastados. E esses jovens médicos estão trabalhando no combate à Covid para exatamente dar atenção e atendimento às pessoas”, afirmou.

Em nota enviada ao UOL, assinada por três advogados que representam as gêmeas, foi informado que os dez médicos “optaram por formular pedido de exoneração do cargo”. Segundo a defesa, a situação “ficou insustentável” a partir do momento em que passou a questionar a forma de contratação, o que gerou “um enorme mal-estar e comprometendo o ambiente de trabalho”.

“Diante de outras possibilidades de colocação, não havia porque Gabrielle e Isabelle permanecerem ali com todo o desgaste que se criou, já que, muito longe de qualquer favorecimento, o intuito de todos os médicos era atender o chamado da prefeitura e atuar no combate à pandemia, ajudando a conter a situação de colapso na saúde de Manaus”, complementaram os advogados.

Sobre o fato das gêmeas terem recebido a segunda dose da vacina, a defesa disse que as médicas
trabalhavam na linha de frente do combate ao coronavírus e que foram notificadas pelo Portal da
Prefeitura para receber o complemento do imunizante.

Os advogados argumentaram que “não houve irregularidade” na aplicação das doses e que os dez
médicos não foram considerados fura-filas na representação do Ministério Público encaminhada à
Justiça.

A defesa explica ainda que as irmãs decidiram deixar os valores recebidos “consignados em juízo” até que a forma de contratação seja esclarecida pela Justiça.

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