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Amazônia fecha vagas para cientistas, engenheiros e líderes, diz estudo

Em sete anos, entre 2012 e 2019, a região demitiu 23,2% (152.901 pessoas) de seus cientistas, engenheiros, dirigentes e gerentes de empresa — entre outros profissionais que ocupavam cargos de liderança.

As vagas de trabalho exigem alta qualificação e profissionais especializados estão em declínio na Amazônia Legal, mostra uma pesquisa conduzida pelo projeto Amazônia 2030. A pesquisa foi conduzida pelos economistas Gustavo Gonzaga, Francisco Cavalcanti e Flávia Alfenas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Em sete anos, entre 2012 e 2019, a região demitiu 23,2% (152.901 pessoas) de seus cientistas, engenheiros, dirigentes e gerentes de empresa — entre outros profissionais que ocupavam cargos de liderança.

Em 2012, as ocupações qualificadas e de liderança correspondiam a 6,5% do total de 10 milhões de ocupações na região. Em 2019, esse percentual caiu para 4,8% do total de 10,6 milhões de ocupações na Amazônia Legal.

No mesmo período, a região experimentou um aumento tímido no emprego: nesses sete anos, foram criadas pouco mais de 537 mil novas vagas, um crescimento de 5,3% no número de profissionais ocupados na Amazônia.

Os números são indício de um problema: sugerem que a Amazônia Legal tem dificuldades para atrair e reter talentos qualificados. A conclusão é parte do relatório Dinamismo do Emprego e renda na Amazônia Legal: ocupações qualificadas e de liderança. O documento é o quarto — e último — de uma série que examina a evolução recente do emprego na região.

A análise do grupo se concentrou em um conjunto restrito de ocupações: administradores e analistas; cientistas e engenheiros; dirigentes e gerentes de empresas. Num mercado de trabalho marcado pela alta informalidade e pelos salários baixos, essas ocupações destoam. Elas apresentam alto grau de formalização: 66,4% dos profissionais têm carteira assinada, muito acima da média de 43,8% registrada na Amazônia. Além disso, são ocupações bem remuneradas: o salário médio fica em torno de R$ 4.461, contrastando com a média de R$1.692 para a região.

Mas essas são ocupações em declínio. Em 2012, as ocupações qualificadas e de liderança correspondiam a 6,5% do total de 10 milhões na região. Em 2019, esse percentual caiu para 4,8% do total de 10,6 milhões de ocupações na Amazônia Legal.

Jovens são mais afetados

A retração afeta especialmente os profissionais mais jovens, que têm entre 18 e 29 anos de idade. Para esse grupo, a queda do emprego em ocupações de liderança foi de 34% entre 2012 e 2019, o que corresponde ao fechamento de 51.965 vagas.

No período analisado, as únicas ocupações que escaparam dessa tendência de queda foram as de administradores e especialistas em gestão, que cresceram 31%. Mesmo aí, há uma má notícia: a renda média da categoria registrou a maior queda entre as ocupações analisadas, com redução de 15,9% no mesmo período.

Enquanto as vagas que exigem profissionais com alta qualificação fecham, relatórios anteriores do grupo mostraram que, na Amazônia, despontam hoje as ocupações do setor de serviços. Sobretudo a de vendedor, que cresceu 62,7% nos sete anos da análise.

Veja o estudo completo aqui.


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