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Amazonas

Amazonas tem três dos dez municípios com maior número de queimadas, diz estudo

Instituto diz que “o período seco, por si só, não explica este aumento”. O número de focos de incêndio, para a maioria dos estados da Amazônia, já é o maior dos últimos quatro anos.

Nuvens de fumaça durante um incêndio em uma área da floresta amazônica perto de Porto Velho, Estado de Rondônia, Brasil, Brasil, 21 de agosto de 2019. REUTERS / Ueslei Marcelino

O Amazonas tem três dos dez municípios que tiveram mais focos de incêndios florestais em 2019 e que também são os que tiveram as maiores taxas de desmatamento, segundo um estudo apresentado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) nesta semana: Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã.

Para chegar à conclusão, os cientistas avaliaram a relação entre: focos de incêndio, com base em dados de satélite; acumulado de chuvas, com base em um sistema com resolução de aproximadamente 5 quilômetros; e desmatamento, com base no sistema SAD, do Imazon. De acordo com o novo relatório, a Amazônia está queimando mais em 2019. O instituto diz que “o período seco, por si só, não explica este aumento”. O número de focos de incêndio, para a maioria dos estados da Amazônia, já é o maior dos últimos quatro anos.

Os dez municípios da região amazônica que mais registraram queimadas representam 37% dos focos de calor e 43% do desmatamento detectado até julho. Os registros são maiores nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima.

Nesta quinta-feira, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), reconheceu o crescimento desses dados no Estado. Erle fez uma crítica indireta ao presidente Jair Bolsonaro, ao dizer que “discurso da permissividade” faz piorar o desmatamento na Amazônia. “Há o aumento do desmatamento nas áreas de maior atividade pecuária e de madeireira.s. Há um discurso de permissividade e aí pensam que tudo é permitido. Tem que ter respeito ao meio ambiente e atender a essa legislação”, disse o governador.

Nesta semana, depois de culpar as ONGs ambientalistas pelo desmatamento, por segundo ele querer chamar a atenção do mundo contra seu governo, Bolsonaro disse que os governadores da Região Norte eram “coniventes” com os crimes e alguns tinham até interesse nisso.

Manifestações

A devastação na Amazônia impulsionou cidadãos do mundo inteiro a convocar manifestações em defesa da preservação da maior floresta tropical do planeta. Ao menos 12 cidades brasileiras e cinco capitais europeias têm protestos marcados para esta sexta (23) e para o fim de semana.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que “nesta sexta-feira (23), haverá atos em São Paulo, Santos (SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Atalanta (SC). No sábado (24), estão programadas manifestações em Belo Horizonte, Manaus, Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP), Natal e Porto Velho. ”

A matéria ainda informa que “já no domingo (25), protestos devem acontecer no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Manaus. O evento no Facebook da manifestação “SOS Amazônia”, que acontecerá no Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, tem cerca de 9.500 pessoas confirmadas.”

Manifestações devem acontecer também em cidade europeias como Londres, Paris, Madri, Lisboa e Dublin.


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