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Amazonas tem o menor registro legal de armas, mostra levantamento

O levantamento diz respeito a registros para pessoas físicas, excluindo, por exemplo, aquisições de órgãos públicos e empresas de segurança e também colecionadores, atiradores e caçadores, cujo registro é feito pelo Exército.

Sob o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil bateu recorde de novas armas de fogo registradas em um só ano: foram 44.181 entre janeiro e novembro de 2019, alta de 24% em relação a todo o ano passado. É o maior número de autorizações para posse — isto é, para ter uma arma em casa — concedidas pela Polícia Federal desde 2010, segundo estatísticas inéditas obtidas pelo jornal O Globo com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). No Amazonas, foram 220, o menor número entre os Estados.

O levantamento diz respeito apenas a registros para pessoas físicas, excluindo, por exemplo, aquisições de órgãos públicos e empresas de segurança e também dos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores), cujo registro é feito pelo Exército.

Os números mostram que a grande maioria das armas de fogo no Amazonas continua fora dos registros oficiais.

Mesmo sem os dados referentes a dezembro, o país vendeu cinco armas por hora a cidadãos comuns em 2019— maior média do que em todos os outros períodos analisados. Ano a ano, os registros de armas vêm aumentando. Em 2018, esse número era de 35.758, o maior até então — um aumento de 8% em relação ao ano anterior. A média era de quatro armamentos vendidos por hora.

Em 2019, os maiores crescimentos percentuais de aquisições de armas em relação ao ano anterior ocorreram em Tocantins (645%), Mato Grosso do Sul (241%) e Mato Grosso (219%). Os números deste ano são três vezes maiores do que os de 2010, quando foram catalogados 12 mil novos armamentos.

O recorde representa uma alta de 24% em relação a todo o ano passado. Em 2018, o número de armas registradas era de 35.758, o maior até então, com uma média de quatro armamentos vendidos por hora.

O número de pessoas com autorização para porte de armas, ou seja, para andar armado, também aumentou. Na comparação com 2018, o crescimento foi de 4%, de 2.961 para 3.090. Os maiores aumentos percentuais ocorreram em Paraíba (246%), Maranhão (200%) e Sergipe (156%). Entre 1997 e 2016, 1.841 crianças e adolescentes foram mortos, vítimas de armas de fogo, no Amazonas, segundo pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A entidade levou em consideração mortes causadas por disparos acidentais ou intencionais, em casos de homicídio ou suicídio de vítimas entre 0 e 19 anos.

A taxa de homicídios por arma de fogo (HAF) em Manaus subiu 166,5% entre 1980 E 2014, segundo pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso).


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