Amazonas
Amazonas tem mais mortes por Covid-19 este ano que a soma dos últimos 7 meses de 2020, informa UOL
O número de vidas perdidas no Estado para o novo coronavírus já chegou a 1.592 óbitos apenas nos primeiros 30 dias de 2021 e supera o total de mortes (1.586) registrado entre junho e dezembro do ano passado.
O número de mortes por causa da Covid-19 no Amazonas nos primeiros 30 dias de janeiro já supera o total de óbitos da doença contabilizados nos últimos sete meses de 2020. Segundo registros de óbitos oficiais feitos pelos cartórios, entre junho e dezembro de 2020, o Estado contabilizou 1.586 mortes por Covid-19. Somente nos primeiros 30 dias deste ano, esse número já chegou a 1.592 óbitos. As informações são do portal UOL.
Os números dos cartórios de 2021, porém, ainda são parciais porque os registros levam até 15 dias para serem incluídos no Portal da Transparência da Arpen Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais). Os dados da Secretaria de Estado da Saúde, que são coletados diariamente pelo consórcio de imprensa que o UOL faz parte, também apontam para um crescente número de óbitos registrados este ano.
Somente ontem foram contabilizadas mais 225 novas mortes no estado —um recorde—, o que fez o total subir para 8.018 mortes pela doença desde o início da pandemia. A maioria, ressalte-se, são de mortes ocorridas em dias anteriores e não se referem a óbitos nas últimas 24 horas.
Ainda de acordo com dados da secretaria, o pico de mortes ocorreu no dia 14, quando vários hospitais do estado relataram a falta de oxigênio para tratar pacientes, o que resultou em uma série de óbitos nessas unidades. Somente naquele dia foram 137 óbitos de pessoas por Covid-19.
Os números de mortes nesse dia por covid-19 ainda estão crescendo já que só entram nos boletins os casos confirmados —pode demorar alguns dias para que os exames sejam concluídos e registrados. Somente em Manaus, naquele dia, foram enterradas 186 pessoas.
Para tentar frear o avanço da covid-19, o governo vem lançando uma série de decretos desde 6 de janeiro. O último deles, assinado na sexta-feira, esticou por mais 10 dias o toque de recolher em todo o estado, permitindo apenas a circulação de pessoas que atuam em serviços essenciais.
Apesar das medidas, somadas a transferência de 359 pacientes até ontem à noite para tratar a doença em outros estados, o estado ainda enfrenta um colapso sem precedentes no sistema de saúde. Até ontem, 611 pacientes aguardavam um leito clínico ou de UTI em uma fila de espera.
Sem leitos, pacientes aguardam dias e morrem muitas vezes antes de acessarem um tratamento intensivo. Foi o caso, por exemplo, de Emerson Júnior, que tinha Síndrome de Down e morreu nove dias após ser internado sem ter acesso a uma vaga de UTI. A foto dele viralizou depois que ele foi abraçado por um enfermeiro para receber oxigenioterapia.
Nova variante
A explosão de casos e mortes pela doença pode ser explicado pela nova variante, a P.1, com origem no estado e que já responde por 91% das infecções registradas este ano, segundo estudo genômico de amostras de pacientes colhidas em janeiro. Os cientistas ainda investigam, mas suspeitam que a nova variante além de maior transmissibilidade pode furar a imunidade de quem teve a doença por cepas diferentes. Pelo menos um caso foi confirmado.
Médicos do estado relataram o UOL que a doença tem se apresentado de forma mais rápida, grave e letal, inclusive entre jovens. Não há confirmação, porém, de que isso tenha relação com a nova variante do coronavírus.
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