Amazonas
Amazonas registrou 2.384 de desaparecimentos de pessoas entre 2019 e 2021, aponta Fórum de Segurança
No Amazonas, foram 1.052 casos em 2019, 644 em 2020 e 688 em 2021. De acordo com o Mapa, houve uma redução de 36,5% no número de desaparecidos entre 2019 e 2021.
De 2019 a 2021, o Amazonas registrou 2.384 casos de desaparecimentos de pessoas, o que dá uma média de 2 por dia. Os dados são do estudo Mapa dos Desaparecidos no Brasil, divulgado no último dia 22 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No Amazonas, foram 1.052 casos em 2019, 644 em 2020 e 688 em 2021. De acordo com o Mapa, houve uma redução de 36,5% no número de desaparecidos entre 2019 e 2021.
As pessoas negras (83,6%), do sexo masculino (63,5%) e com idade entre 18 e 29 anos são a maioria dos desaparecidos no Estado.
De 2019 a 2021, mais de 200 mil pessoas desapareceram no Brasil, o que dá uma média de 183 desaparecimentos por dia.
Os números, no entanto, podem ser ainda maiores. Isso porque o Brasil não conta hoje com um cadastro nacional para contabilizar esses casos. “Esse é um número muito elevado e, quando a gente verifica, por exemplo, as taxas de reencontro de pessoas produzidas pelas polícias, elas são muito menores. Ou seja, a gente nem consegue hoje dimensionar a quantidade de pessoas que efetivamente estão desaparecidas no Brasil”, disse Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil.
Durante esse período, 112.246 pessoas foram localizadas. O número parece alto, no entanto, segundo Samira, é importante destacar que as pessoas que foram localizadas nesse período não necessariamente desapareceram entre os anos de 2019 e 2021.
Do total dos desaparecimentos nos anos de 2019 e 2021 no País, quase 30% foram crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos.
O estudo também revelou que a maioria dos desaparecidos são do sexo masculino (62,8% dos casos) e negros (54,3% do total). “Quando a gente olha para o perfil do desaparecido e vemos que são majoritariamente jovens, pretos e pardos, do sexo masculino, muitos dos quais em situação de vulnerabilidade, é mais um fator que nos leva a ter que priorizar esses casos porque isso pode incluir componentes criminais como homicídios, sequestros e tentativas de homicídios. E, muitas vezes, a gente só vai encontrar essas pessoas depois em valas clandestinas ou em cemitérios clandestinos”, disse a diretora do Fórum.
Durante a pandemia de covid-19, o número de pessoas desaparecidas caiu 22,3% em 2021 na comparação com 2019. “Na pandemia, todos os estados apresentaram redução no número de pessoas desaparecidas. Mas teve uma faixa etária que mostrou crescimento [nesse período] que foi a faixa etária entre 40 e 49 anos, especialmente homens”, ressaltou Samira.
Segundo o Mapa dos Desaparecidos, o estudo demonstrou que dois graves problemas dificultam ainda mais o trabalho de localização de pessoas no Brasil. O primeiro deles é a falta de um banco de dados unificado que integre os estados e as informações sobre as pessoas que desaparecem no país.
“O que a gente percebe pelas estatísticas disponíveis é que todo ano o número de pessoas desaparecidas é muito mais elevado do que o número de pessoas localizadas. E como não temos um banco nacional que consolide essas informações, na prática, não conseguimos dimensionar de fato quantas pessoas estão desaparecidas hoje no Brasil”, afirma.
Para Samira, outra dificuldade é que o desaparecimento no Brasil não é um crime: “o desaparecido é toda pessoa cujo paradeiro não é conhecido, tenha sido de forma voluntária ou não esse desaparecimento. O que acontece é que essa tipificação é muito ampla e não é um tipo penal, ou seja, o desaparecimento não é um crime. Como o desaparecimento não é um crime, não necessariamente vai haver o registro de um boletim de ocorrência que vai levar a uma investigação ou instauração de um inquérito. Então isso vai depender muito da prioridade dada por aquela delegacia”.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
Faça um comentário