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Amazonas registra caso de coqueluche e autoridades alertam para a vacinação de crianças como prevenção à doença

A coqueluche é mais comum na primeira infância e os pais de crianças menores de dois anos devem levar os filhos para tomar vacina.

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), confirmou,nesta terça-feira (20/08) um caso de coqueluche no Estado, registrado em uma criança menor de um ano de idade, em Manaus.

A informação está disponível no Alerta Epidemiológico emitido pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde do Amazonas (CIEVS-AM), acessível em www.fvs.am.gov.br.

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, informou que a coqueluche é mais comum na primeira infância e faz um apelo aos pais, de crianças menores de dois anos, para que vacinem os filhos.

“A coqueluche é uma doença grave e contagiosa, mas pode ser prevenida com vacina, que além de proteger contra a doença, também oferece imunidade contra outros vírus”, disse.

Entre as recomendações do alerta, a FVS-RCP destaca a necessidade de que as secretarias municipais de saúde, responsáveis pela cobertura vacinal nos territórios municipais, intensifiquem as ações voltadas ao esquema vacinal primário, que consiste em três doses da vacina Pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses de vida), com intervalos de 60 dias (mínimo de 30 dias), seguidas pelos reforços com a vacina DTP.

É importante ressaltar que esses imunizantes devem ser administrados em crianças a partir dos 2 meses de vida até os 7 anos de idade. O alerta inclui também o reforço à notificação e coleta de amostras para PCR em tempo real e cultura em pacientes com suspeita de coqueluche pelos serviços de saúde.

No Amazonas, foram registrados cinco casos de coqueluche entre 2022 e 2024, sendo quatro em 2022 e um em 2023, de acordo com a FVS.

A SES-AM e a FVS-RCP alertam sobre a necessidade de intensificação da imunização contra a coqueluche desde o fim de julho, recomendando a vacinação contra a doença e o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica nos municípios do Amazonas por meio da Nota Técnica nº41/2024, também disponível no site da FVS-RCP.

De acordo com o Ministério da Saúde, a coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria (Bordetella Pertussis). Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, traqueia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação

Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.

Transmissão

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível. O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

Sintomas

A coqueluche evolui em três fases sucessivas:

Fase inicial (catarral)

Começa como um resfriado comum, com sintomas leves como febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna mais intensa e frequente evoluindo para crises de tosse mais intensa.

Fase de tosse intensa (paroxística)

Geralmente é afebril ou com febre baixa, mas em alguns casos, ocorrem vários picos de febre no decorrer do dia. A tosse se torna muito forte e incontrolável, com crises súbitas e rápidas que podem causar vômitos. Durante essas crises a pessoa pode ter dificuldade para inspirar, apresenta rosto vermelho (congestão facial) ou azulado (cianose) e, às vezes, fazer um som agudo ao inspirar (guincho).

Essa fase pode durar de duas a seis semanas.

Fase de recuperação (convalescença)

A tosse começa a diminuir em frequência e intensidade, mas pode persistir por duas a seis semanas ou por até três meses. Infecções respiratórias de outra natureza, durante essa fase, podem fazer a tosse intensa (paroxismos) voltar temporariamente.

Atenção especial

Os bebês menores de 6 meses são mais propensos a formas graves da doença, muitas vezes letais, que podem incluir crises de tosse, dificuldade para respirar, sudoreses e vômitos. Também pode ocorrer episódios de apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação, decorrentes dos episódios repetidos de vômitos. O cuidado adequado desses bebês exige hospitalização, isolamento, vigilância permanente e procedimentos especializados.

Diagnóstico

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames: Coleta de material de nasofaringe para cultura; PCR em tempo real. Como exames complementares, podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax.

Complicações

A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros mais severos, como Hérnias Abdominais. Em crianças, especialmente as menores de seis meses, as complicações são mais graves e podem incluir, por exemplo:

Infecções de ouvido

Pneumonia

Parada Respiratória

Desidratação

Convulsão

Lesão Cerebral

Morte

A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade.

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