Amazonas mantém liderança em índice de desmatamento, apontam dados do sistema Inpe/Deter

Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (8/7), revelaram que o estado do Amazonas permaneceu no topo do ranking dos estados que mais tiveram alta no desmatamento ilegal na Amazônia. É o terceiro ano consecutivo dessa ocorrência, confirmado pelo mês de junho que registrou alta na devastação.

Depois do Amazonas, que teve 1.236 km2, 30.9% do total desmatado, estão na lista o Pará com 1.105 km2, 27,7% do total, seguido por Mato Grosso, com 845 km2, 21,1% do total.

Com a atualização das estimativas de junho, no acumulado do ano, a área desmatada na Amazônia chega a 3.988 km2, número 10,6% maior que o mesmo período de 2021 que já havia sido recorde da série.

O número também é um alerta em relação à gestão e às políticas públicas para conter o avanço dos infratores que atuam na Amazônia Legal. Veja a tabela da quilometragem desmatada nos últimos meses de junho:

O órgão de monitoramento revelou números preocupantes: os primeiros meses de 2022 tiveram o maior índice de alerta de desmate em 7 anos. Segundo o órgão, entre 1º de janeiro e 24 de junho deste ano, foram 3.750 km² na região.

“É mais um triste recorde para a floresta e seus povos. Esse número só confirma que o governo federal não tem capacidade, nem interesse, de combater toda essa destruição ambiental, seja por ação ou omissões o que vemos é uma escalada inaceitável da destruição da floresta e do massacre de seus povos e defensores”, declarou Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.

Já o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, relembrou os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips que morreram tentando combater a exploração ilegal de terras indígenas.