Amazonas
Amazonas aparece entre estados com pior desempenho em ranking de transparência sobre controle de armas do Instituto Igarapé
Estudo alerta para a falta de transparência das forças estaduais de segurança sobre armas de fogo.
Um levantamento noticiado pelo Jornal da Globo, da Rede Globo de Televisão, na quarta-feira (05/07), mostra que o Brasil está longe de conhecer a real dimensão do descontrole de armas no passado recente. E o Amazonas aparece como um dos estados com pior desempenho.
Por dois anos seguidos, as forças estaduais de segurança não responderam nem 30% dos questionamentos feitos pela pesquisa do Instituto Garapé.No ano passado, 74% das informações simplesmente não foram respondidas ou tiveram acesso negado com a alegação de sigilo. A falta de transparência foi praticamente a mesma de 2021.
No estudo, foram enviadas 26 perguntas para a Polícia Militar, a Civil e para o Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) de todos os estados e do Distrito Federal. As perguntas eram simples como: qual a quantidade de ocorrências envolvendo armas de fogo, quantas foram apreendidas, quantas tiveram a origem identificada e se elas foram destruídas.
A partir dessa negativa, os pesquisadores fizeram um ranking por estados sobre a transparência dessas informações.
Bahia, Roraima, Rio de Janeiro, Amazonas, Piauí e Sergipe foram os estados com pior desempenho, no ano passado. Já Minas Gerais foi o estado mais transparente, seguido de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, mesmo assim, o cenário continua longe do ideal.
Para a diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, Melina Risso, há pelo menos dois pontos preocupantes nessa situação.
“O primeiro elemento é a compreensão efetiva sobre o papel das polícias na política de controle de armas, porque ela não diz respeito somente à entrada de armas em circulação, mas também a retirada de armas de circulação”, diz Melina.
“Por um outro lado, quando as polícias começam a estabelecer sigilos para esse tipo de informação, isso também tem nos levado e acende um alerta amarelo em relação à transparência dessa informação, que é absolutamente fundamental”, completa.
O governo federal, por meio do Exército e da Polícia Federal, faz o controle das armas que entram em circulação no país de forma legal.
De 2019 até o ano passado, foram mais de 891 mil armas de fogo registradas no Brasil – um crescimento de 157%. Mas há também um número grande de armamento ilegal.
Melina alerta para a possibilidade de a falta de transparência nos estados ser o reflexo de um descontrole.
“O risco da gente não saber o que tem acontecido é a gente não conseguir fazer a avaliação da política de armas, mas, mais do que isso, se essa informação não está sendo coletada, a gente não está retirando as armas ilegais de circulação e esse é um risco muito significativo para sociedade como um todo”, conta.
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