Amazonas
AM: cirurgiões dizem que proposta de Wilson Lima para o Francisca Mendes pode aumentar mortalidade
Nota lamenta o que chamou de “retrocesso”na assistência à criança cardiopata no Estado”, e alerta para o aumento na mortalidade” e a possibilidade do Hospital Francisca Mendes ser descredenciado do SUS.
Em nota publicada no último fim de semana, a Socceam – Cirurgia Cardiovascular do Amazonas Ltda., empresa de cirurgiões que presta serviços no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM) , em Manaus, lamentou o que chamou de “retrocesso que está ocorrendo na assistência à criança cardiopata no Estado”, e alertou para o aumento na mortalidade”, a desestruturação de todo o serviço já criado, e a possibilidade do HUFM ser descredenciado do Sistema Único de Saúde (SUS) causando um grande prejuízo para a população.
A nota foi publicada após o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) anunciar que pretende encaminhar pacientes para Tratamento Fora do Domicílio (TFD). “Caso o Estado entenda que deve encaminhar os pacientes que, de forma eletiva, estão aguardando pelo procedimento cirúrgico, deixando somente os casos graves com elevado risco cirúrgico para serem operados pelos cirurgiões locais, devo alertar que devido a esse perfil de paciente, haverá aumento na mortalidade e como consequência a desestruturação de todo um serviço já criado”, dia a nota, assinada pelo cirurgião geral Geraldo Tavares.
Na última sexta-feira, em meio a um imenso desgaste causado por falta de material e de funcionários que não recebem salários nas unidades de saúde e um pedido de impeachment, Wilson Lima anunciou uma parceria com Hospital da Criança de São José do Rio Preto e a Fundação Children’s HeartLink para realização de cirurgias cardíacas de pacientes do Amazonas e disse que pacientes deverão embarcar para São Paulo e o Estado vai custear o deslocamento, através do TFD.
A nota diz, ainda que a decisão anunciada pelo governador coloca em xeque perante o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular a viabilidade do serviço de cirurgia cardíaca pediátrica, podendo levar ao seu descredenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) causando um grande prejuízo para a população.
A Socceam diz que entende a posição do governo em buscar alternativas de gestão para o HUFM, “mas não pode compactuar com o desrespeito e a falta de prioridade aos cardiopatas, no momento internados e mais urgentes. E repudia “a desvalorização de todos os profissionais de saúde envolvidos na assistência à criança cardiopata” e lamenta “pelos doentes encaminhados ao TFD que passarão por situações de necessidade e constrangimentos longe de suas famílias”.
A nota diz que os cirurgiões realizam cirurgias cardíacas pediátricas e neonatais no hospital desde setembro de 2016, recebendo pacientes de outros estados e até de outros países. E que, nos últimos cinco anos, não nenhum paciente foi encaminhado para fora, pois o HUFM é o centro de referência e os casos “devem ser resolvidos aqui”.
Veja a nota na íntegra:
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