Amazonas
Alckmin anuncia R$ 138 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões
O vice-presidente comandou uma reunião interministerial para debater a crise ocasionada pela seca na região da Amazônia
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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) confirmou que fará uma visita, nesta quarta-feira (4/10), a Manaus para verificar a situação da estiagem na região Amazônica. Alckmin também anunciou medidas para o enfrentamento da seca com o investimento de R$ 138 milhões para realizar dragagens em um trecho de 12 quilômetros (km) no Rio Madeira e de 8 km no Rio Solimões, entre as localidades de Benjamin Constant e Tabatinga.
O anúncio ocorreu após a realização de uma reunião interministerial em Brasília. Alckmin ressaltou que os recursos até o momento são apenas para as dragagens, mas o governo deve acompanhar a situação no local para avaliar outras ações para o enfrentamento da situação na região.
“Os recursos serão os que forem necessários, nós poderemos depois de ouvir a comunidade amanhã em Manaus definir as necessidades. Até o momento está liberado apenas as dragagens, 138 milhões”, disse Alckmin. “O governo será parceiro, é uma situação grave, a gente espera que mude, mas ainda em outubro é esperado um mês seco, muita chuva no Sul e seca no Norte”, completou.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que o governo desenha um plano de investimentos para os próximos três anos. “Como estamos tendo El Niño, a tendência é de seca naquela região nos próximos três anos, estamos desenhando dentro do governo para os próximos três anos um plano de ação de investimento em dragagens e nas nossas hidrovias”, disse.
Uma comitiva grande deve chegar a Manaus nesta quarta-feira (04/10). Além de Alckmin, os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Goés (Integração Nacional), Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos participarão. A missão deve visitar comunidades afetadas pela seca e realizar reuniões de trabalho com lideranças locais.
A seca pode chegar a atingir 500 mil pessoas na região, apontou o ministro de Integração Nacional, Waldez Góes. “A questão mais emergencial é água, alimento e combustível”, apontou o ministro que frisou que 58 municípios no estado do Amazonas já estão em situação de emergência.
Energia
Para Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia, a possibilidade de falta de energia está afastada pelos próximos 30 dias em função dos estoques máximos de diesel nas 169 térmicas da região. “Santo Antônio, em consequência da estiagem, está gerando zero, colocando em risco o abastecimento, principalmente de duas capitais, Boa Vista e Rio Branco”, pontuou o ministro sobre o desligamento das turbinas por conta da seca no Rio Madeira na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.
Silveira responsabilizou a falta de planejamento do governo anterior pela falta de interligação dos sistemas elétricos nacionais na região, projeto apontado como prioritário pelo ministro para trazer robustez e redundância no abastecimento. “Nós já contratamos R$ 16 bilhões em linhas de transmissão, semana passada assinamos os contratos com a ordem de início dessas obras e teremos mais dois leilões de linhas de transmissão, com R$ 20 bilhões para dezembro e mais R$ 20 bilhões para março”, pontuou o ministro.
Silveira também disse que o programa Energia para a Amazônia deve atuar na descarbonização da geração de eletricidade isolada na região, trocando os sistemas térmicos a diesel por sistemas solares.
Impacto ambiental
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o impacto ambiental das secas e as ações da pasta que já conta com 191 brigadistas na região para o controle de incêndios.
“Estamos fazendo ação emergencial em relação aos botos e tucuxis que estão sendo ferozmente atingidos, não só pela mortandade em função da estiagem, mas também porque alguns rios ficam com quantidade de água muito baixa e estão sendo feridos pelas embarcações que continuam passando em alguns trechos”, disse Marina.
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