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Amazonas

Agência meteorológica explica ‘tempestade de areia’ ocorrida em Manaus no final de semana

No domingo, rajadas de vento de um temporal levantaram a poeira e a terra arenosa, frutos de um solo mais ressecado.

Uma “tempestade de areia” tomou conta de Manaus no último fim de semana. Assustados com o fenômeno, moradores registraram em vídeo o momento em que a grande nuvem de poeira parecia engolir casas e edifícios.

A tempestade de areia se somou à fumaça que atinge a capital do Amazonas. Manaus tem sofrido com a estiagem e queimadas. Desde junho, o volume total mensal de chuva não alcança 100 mm, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

O que explica a ‘tempestade de areia’?

Estiagem severa. O norte do país está sofrendo há meses com a falta de chuva, e isso é resultado da influência do El Niño na região, segundo a MetSul Meteorologia. O El Niño provoca um aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, alterando a dinâmica do clima em algumas regiões. Maio foi o último mês em que choveu mais de 100 milímetros em Manaus.

Ventos levantam a poeira. No domingo, rajadas de vento de um temporal levantaram a poeira e a terra arenosa, frutos de um solo mais ressecado. O resultado foi a formação de uma “gigantesca nuvem de poeira” na cidade, segundo a MetSul.

Manaus também está sob fumaça de queimadas. Soma-se à estiagem o fato de que Amazonas teve um grande número de queimadas em outubro, o pior desde 1998, causando muita fumaça em Manaus, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Muitos focos ocorreram ao redor da capital.

Fumaça não se dissipa. O clima extremamente seco para o período, associado ao El Niño, contribui para a fumaça não se dissipar, segundo afirmou à Folha o secretário do Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira.

Tempestades de areia são mais comuns no clima árido. Por isso, o fenômeno ter acontecido na região de Manaus, onde o clima é predominantemente quente e úmido, surpreendeu.

Outras regiões já registraram tempestade de areia. No inverno de 2021, estados do Sudeste e Centro-Oeste, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, foram atingidos pelo fenômeno.


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