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Amazonas

Sindicato dos Médicos do Amazonas sugere intervenção federal na saúde do Estado

Segundo a nota, “para a classe de trabalhadores, a nova secretária trazida do interior de São Paulo, desconhece a realidade epidemiológica e geográfica da Amazônia

O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Vianna, divulgou nota, neste sábado, questionando o novo comando da Secretaria de Saúde (Susam) e sugerindo “ intervenção federal na saúde do Estado.

De acordo com a nota “profissionais médicos e e demais trabalhadores da saúde do Amazonas encaminhar ao Simeam uma série de questionamentos e mensagens expressando a insatisfação com o novo comando da Susam. “Ao contrário do Pará, que historicamente constrói de dentro para fora suas alternativas, o Amazonas segue a sina de importar soluções que na maioria das vezes não correspondem as nossas necessidades”, diz a nota.

Segundo a nota, “para a classe de trabalhadores, a nova secretária trazida do interior de São Paulo, desconhece a realidade epidemiológica e geográfica da Amazônia, e principalmente do Amazonas, que tem mais de 4 milhões de habitantes”. E diz que “a nova titular da Susam tem ligações com políticos e empresas do setor de medicamentos, além de atuar firma na implantação de Organizações Sociais (OS), modelo de gestão hospital que lidera casos de corrupção em várias cidades do país”.

O Simeam reforça as palavras do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também mostrou-se apreensivo com a troca na Susam em meio ao ápice da pandemia e colapso do sistema. “Segundo o ministro, o momento exige um profissional com conhecimento da realidade dos sistemas de saúde local”, diz a nota, destacando que “o Estado possui profissionais altamente qualificados e renomados nas áreas da medicina tropical e infectologia e conhecedores da realidade da região, que poderiam contribuir, em todos os processos de gestão da saúde pública no Amazonas”

Por fim, diz que está recebendo informações sobre o real colapso do sistema público de saúde nos grandes prontos socorros, SPAs e maternidades e que “neste cenário, a entidade de classe sugere ao governo estadual que solicite intervenção federal, além do apoio das forças armas e a imediata instalação de um comitê de crise ampliado”.

Maternidades

Segundo denúncias encaminhadas ao Simeam, as unidades materno-infantil de Manaus não estão preparadas para atender casos suspeitos de covid-19. O alerta surge no momento em que o Ministério da Saúde incluiu gestantes e puérperas no grupo de risco para o novo coronavírus — ou seja, para o grupo de pessoas que têm mais chance de que a doença evolua para quadros graves.

De acordo com as informações, na Maternidade Ana Braga, foi destinado uma sala com dois leitos (11 e 12) do PPP, para isolamento das pacientes com suspeita de covid-19. Além das péssimas condições, o local não possui banheiro próprio, o que fará as pacientes terem que se deslocar para o banheiro comunitário. Outro alerta vem da Maternidade Balbina Mestrinho, onde não há um fluxograma para o atendimento das gestantes com suspeita do novo coronavírus.

Referência em gestação de alto risco, a Balbina Mestrinho pode se tornar o maior foco de disseminação do novo coronavírus entre grávidas e recém-nascidos, pois as gestantes estão sendo alocadas junto com as demais pacientes e já há caso de atendimento de gestante com a covid-19 dentro do centro cirúrgico. Com isso, os profissionais que fazem esse atendimento vão atender as demais gestantes e seus bebês. O caos é previsto para todas as maternidades de Manaus.

Muario Vianna defende que o Hospital Delphina Aziz, unidade referência, deveria ter uma ala exclusiva para as gestantes com suspeita ou confirmação de covid-19, com equipe médica, enfermagem e obstetra, para estas pacientes, com todas as regras de isolamento, para proteção de todos.


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