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Pagamentos de assessor alvo da PF bancam vida pessoal e política de Lira, diz Folha

A PF encontrou com Luciano documentos com citações a Lira e ao menos uma lista de pagamentos atrelados ao nome de “Arthur”

Uma lista encontrada pela Polícia Federal indica que Luciano Cavalcante, um dos mais próximos assessores de Arthur Lira (PP-AL), realizava pagamentos relacionados a várias instâncias da vida pessoal e política do presidente da Câmara. O documento em posse dos investigadores da operação Hefesto inclui compras de bebidas, como vinhos e uísque, gastos com preparativos de festas, consertos de carros e até a compra de um chuveiro. As informações são da Folha.

A PF encontrou com Luciano documentos com citações a Lira e ao menos uma lista de pagamentos atrelados ao nome de “Arthur”. A ação foi um dos desdobramentos das investigações sobre supostos desvios em contratos para compra de kits de robótica com dinheiro público.

O caso foi enviado para o STF (Supremo Tribunal Federal) após a PF encontrar as citações ao presidente de Câmara. O material apreendido, como mostrou a Folha, lista ao menos R$ 834 mil em valores pagos de dezembro de 2022 a março de 2023. Desse total, ao menos R$ 650 mil tem à frente do valor o nome “Arthur”.
A lista indica que Luciano trabalhava ativamente para Lira, apesar de não estar vinculado a seu gabinete. Ele estava lotado na Liderança do PP, mas foi exonerado logo após ser alvo de operação da PF.

Na primeira manifestação após a ação da PF no início do mês, Lira disse que cada um era “responsável pelo seu CPF”.

Em nota enviada à Folha no domingo (25), Lira respondeu por meio da sua assessoria que as transações encontradas com Luciano e com apontamento do seu nome são referentes a seus ganhos como parlamentar ou na atividade rural.

“Toda movimentação financeira e pagamentos de despesas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e na remuneração como deputado federal”, afirma nota enviada pela assessoria.

Em abril de 2022, a Folha mostrou que o governo Jair Bolsonaro (PL) destinara R$ 26 milhões para sete cidades alagoanas comprarem kits robóticas apesar de sofrerem com graves deficiências de infraestrutura. Todas as cidades tinham contrato com a mesma empresa, a Megalic, de Edmundo Catunda e Roberta Lins, próximos de Lira.

Os recursos federais, liberados e transferidos em velocidade incomum, eram das chamadas emendas de relator, parte bilionária do orçamento da União controlada por Lira.

A PF rastreou transferências e saques suspeitos de dinheiro dos sócios da Megalic e também de pessoas e empresas ligadas aos dois sócios. Foi a partir deste trabalho que a polícia chegou, por exemplo, a Luciano, conhecido em Brasília e Alagoas por ser um dos principais auxiliares de Lira.

Nesta segunda-feira (26), a Folha mostrou que Luciano Cavalcante e Edmundo Catunda, da Megalic, estiveram, em 2021, juntos no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pelas transferências de recursos sob investigação.


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