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Em depoimento à PF, Bolsonaro diz que não mandou inserir dados falsos

Ex-presidente permaneceu por três horas na sede da Polícia Federal em Brasília, na tarde desta terça-feira, 16

Ex-presidente Bolsonaro depôs na Polícia Federal por 2 horas. (Foto:Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em depoimento nesta terça-feira (16) à Polícia Federal que não determinou a inserção de dados falsos na sua carteira de vacinação e na da sua filha.

Ele também disse que só teve conhecimento dos fatos no dia da operação de busca e apreensão na sua residência, no último dia 3.

Segundo interlocutores, foram 60 perguntas feitas pelos policiais ao ex-chefe do Executivo no depoimento de mais de três horas à PF, em Brasília, no âmbito da investigação sobre fraude em carteiras de vacinação no sistema do Ministério da Saúde.

O ex-secretário de Comunicação da Presidência (Secom) Fábio Wajngarten acompanhou o depoimento com os advogados Daniel Tessler e Paulo Cunha Bueno. Ele é advogado de formação, mas auxilia mais o ex-presidente hoje na área de comunicação.

Segundo Wajngarten disse no Twitter, Bolsonaro respondeu a todas as perguntas e reiterou que jamais se vacinou além de afirmar desconhecer “qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação bem como de sua filha [Laura]”.

Ainda sobre vacinação, o ex-presidente disse ainda que comprou 500 milhões de doses de vacina, mas que não tornou a imunização obrigatória. Bolsonaro sempre disse não ter se vacinado e criticava, sem provas, a vacina contra a Covid-19.

O ex-chefe do Executivo também foi indagado por policiais a respeito dos áudios do ex-major do Exército Ailton Barros, que teria conversado sobre um eventual golpe de estado com o então ajudante de ordens do presidente, tenente-coronel Mauro Cid.

“O Pr [ex-presidente Bolsonaro] respondeu que não orientou, que não participou de qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito”, disse Wajngarten no Twitter.

Esta é a terceira vez que Bolsonaro presta depoimento às autoridades policiais neste ano. A primeira oitiva foi em 5 de abril, a respeito do caso das joias recebidas de autoridades da Arábia Saudita, e a segunda em 26 de abril, sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro.
No início de maio, no âmbito da apuração sobre os cartões de vacina, a PF realizou operação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e prendeu três dos seus principais auxiliares: Mauro Cid, Max Guilherme e Sergio Cordeiro.
O ex-ajudante de ordens Cid, apesar de não integrar oficialmente a equipe de assessores a que Bolsonaro tem direito como ex-presidente, é considerado o braço direito dele por sua fidelidade e proximidade.

Na semana passada, o advogado Rodrigo Roca deixou a defesa de Cid e foi substituído por Bernardo Fenelon, que tem trabalhos sobre delação premiada. Ainda assim aliados de Bolsonaro dizem ter confiança de que Cid não fará colaboração.

A expectativa é que ele admita culpa no esquema de inserção de dados fraudulentos sobre vacinação.

As informações são da Folha.


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