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Brasil

Por cortes na pesquisa, universidades brasileiras caem em ranking internacional de qualidade

País enxugou financiamento entre 2014 e 2022; nesta semana, governo sancionou recomposição de fundo para investimento em ciência e tecnologia.

Vinte e nove universidades brasileiras caíram de posições na edição de 2023 do World University Rankings (CWUR). De acordo com a publicação, o principal fator para o declínio geral das instituições brasileiras é o desempenho em pesquisa, em meio à intensa competição global de instituições bem financiadas.

— Embora o Brasil esteja bem representado no ranking deste ano, as principais instituições do país estão sob pressão crescente de universidades bem financiadas de todo o mundo. O financiamento para promover ainda mais o desenvolvimento e a reputação do sistema de ensino superior do Brasil é vital se o país aspirar a ser mais competitivo no cenário global — afirmou Nadim Mahassen, presidente do Center for World University Rankings.

As 10 melhores do mundo:

Harvard (EUA)
MIT (EUA)
Stanford (EUA)
Cambridge (Reino Unido)
Oxford (Reino Unido)
Princeton (EUA)
Chicago (EUA)
Columbia (EUA)
Pensilvânia (EUA)
Yale (EUA)

Um estudo de 2022 do Observatório do Conhecimento em parceria com a Frente Parlamentar Mista da Educação apontou que os seguidos cortes do governo brasileiro do orçamento na Ciência e Tecnologia entre 2014 e 2022 tiraram da área quase R$ 100 bilhões neste período.

Nesta semana, o presidente Lula sancionou R$ 4,18 bilhões ao orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal fundo de financiamento de pesquisas acadêmicas do país. A medida recuperou integralmente os recursos do FNDCT, que passa a dispor de R$ 9,96 bilhões para investimentos. No mês passado, o orçamento das universidades federais também foi recuperado para 2023.

O Brasil tem 54 universidades entre as duas mil primeiras. Dessas, 23 melhoraram em relação ao ano passado, duas mantiveram suas posições e 29 caíram no ranking.

As 10 melhores da América Latina e do Caribe:

USP (posição geral: 109ª)
Universidade Nacional Autônoma do México (276ª)
Unicamp (344ª)
UFRJ (376ª)
Universidade de Buenos Aires (382ª)
Pontifícia Universidade Católica do Chile (390º)
Unesp (424º)
Universidade do Chile (438º)
UFRGS (467º)
UFMG (503º)

A Universidade de São Paulo, a melhor qualificada do Brasil e da América Latina, caiu seis posições e alcançou o 109º lugar. Ela perdeu pontos em qualidade do ensino, empregabilidade e qualidade do corpo docente, mas melhorou no indicador de desempenho em pesquisa.

Já a Universidade de Campinas (Unicamp) subiu duas posições e atingiu o 344ª lugar, enquanto a Federal do Rio de Janeiro caiu 15 posições, para a 376ª – à frente da Universidade Estadual Paulista, na 424ª posição, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na 467ª posição.

— Esforços devem ser feitos para garantir que o Brasil atraia acadêmicos e estudantes de ponta, que o aumento do número de matrículas nas universidades seja acompanhado de aumentos na capacidade de ensino e que os gastos com educação superior como porcentagem do PIB nacional cresçam constantemente nos anos seguintes — defendeu Mahassen.

A CWUR classifica as universidades de todo o mundo de acordo com quatro fatores: qualidade da educação (25%), empregabilidade (25%), qualidade do corpo docente (10%) e desempenho em pesquisa (40%). Neste ano, 20.531 universidades foram classificadas, e as primeiras colocadas integraram a lista Global 2000, que inclui instituições de 95 países.

Pelo décimo segundo ano consecutivo, Harvard é a melhor universidade do mundo. Ela é seguida por duas outras instituições privadas dos EUA, MIT e Stanford, enquanto as britânicas Cambridge e Oxford – classificadas em quarto e quinto lugar, respectivamente – são as principais instituições públicas de ensino superior do mundo. O restante do top ten global é completado por universidades privadas dos EUA: Princeton, Chicago, Columbia, Pensilvânia e Yale.

— Embora os resultados do estudo deste ano reafirmam que os Estados Unidos têm o melhor sistema de ensino superior do mundo, 80% das universidades americanas caíram na classificação devido à intensificação da competição global de instituições bem financiadas, particularmente da China. O declínio geral das universidades americanas é acompanhado pelo desempenho das instituições francesas, alemãs e japonesas. Já o declínio das universidades britânicas e russas foi menos severo. Com as instituições chinesas desafiando as ocidentais, as universidades americanas e europeias não podem se dar ao luxo de descansar sobre os louros — afirmou Mahassen.

As informações são do site Extra.


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